Confiança
Essa é uma das palavras mágicas no esporte de alto rendimento. Pode parecer simples, mas faz uma baita diferença. Espero que essa postagem não tenha cara de auto-ajuda, mas confiança não é apenas a questão de acreditar e confiar no próprio taco.
A confiança numa equipe esportiva passa por muitas coisas. Capacidade técnica, treinamento, liderança, entrosamento.
Pego como exemplo os três esportes coletivos mais populares no Brasil, futebol, vôlei e basquete. O futebol é mais simples, mais fácil de entender. Enfrentam-se dois times semelhantes, grandes, com torcida, história, tecnicamente equivalentes. Um numa fase um pouco melhor, outro reticente. As diferenças em campo são evidentes. Aí entra a tal da confiança. A condição de poder arriscar sem medo de errar. De acreditar num bom chute, num drible. Aquela velha história do gol ficar pequeno para alguns e grande para outros.
No voleibol isso também se percebe pelo alto grau de risco aplicado pelos times brasileiros. jogam sempre no limite. Porque treinam muito, treinam bem e confiam nessa condição técnica adquirida para jogar sempre arriscando tudo. O braço do jogador e da jogadora brasileira não encurta faz tempo. Perfil vencedor.
No basquete hoje se dá o inverso. Ainda que joguem bem, nossas seleções não esbanjam confiança. Na hora de decidir, jogador que deveria fazê-lo se esconde. Poucos assumem essa condição, sem medo de errar. Porque no esporte de alto rendimento não tem jeito, antes de acertar se erra muito. O braço encurta atualmente no basquete, pegando emprestado, novamente, uma expressão do mundo do tênis.
A confiança e a tranquilidade jogam juntas. Num time confiante a bola não queima nos pés dos jogadores. Quando se perde essa capacidade de acreditar no próprio potencial, até para cobrar um lateral o jogador demonstra estar reticente.
Acho que psicologia faz parte de um bom planejamento de equipe competitiva. Tem de estar na pauta das grandes agremiações. Se não fosse assim os americanos não seriam tão bons de esporte. Mas eu acredito que a confiança vem sempre do trabalho bem feito. De um jogador bem formado, com bons fundamentos, que foi ensinado a desempenhar bem seu papel, a ser competitivo e solidário. De uma equipe na qual quem ataca sabe que pode fazê-lo tranquilo porque haverá alguém para defendê-lo. De competência.
Enfim, ficou com toda a cara de auto-ajuda, embora eu não quisesse. Mas é uma visão do esporte, essa paixão que tenho. Acompanho há mais de duas décadas e gosto de várias modalidades. Vi muitos grandes atletas, talentosos, perderm jogos ganhos por absoluta falta de confiança. Não apenas psicológica, mas técnica.
Lembro agora de um clássico desses casos. Meu amigo Jaime Oncins perdendo uma medalha que estava ganha para Andrei Cherkasov, em Barcelona/92. Fez um belo jogo, mas não conseguiu vencer, finalizar o oponente, porque não tinha confiança em seu saque. Porque sempre foi um fundamento que não foi trabalhado com todo o potencial que deveria em sua carreira. Tinha talento, bons golpes, mas faltava esse apoio. Deveria ter vencido aquele jogo, pois era melhor. Não sei se me explico.
Durante anos foi assim com o vôlei brasileiro. Jogava bem e perdia. Porque faltava esse diferencial de um treinamento específico, de aprimorar algo aqui e e ali e acumular confiança.
Fora isso, faltava o ingrediente básico: aprender a ganhar. Ou reaprender, no caso do basquete. Ganhar é um processo longo, cansativo. Ganhar muito, então, ainda mais difícil. Quem sabe ganhar muitas vezes supera adversários com mais qualidade técnica, mas que têm medo de vencer.
Ferrou, ficou muito auto-ajuda, mas espero que tenha dado o recado.
Essa é uma das palavras mágicas no esporte de alto rendimento. Pode parecer simples, mas faz uma baita diferença. Espero que essa postagem não tenha cara de auto-ajuda, mas confiança não é apenas a questão de acreditar e confiar no próprio taco.
A confiança numa equipe esportiva passa por muitas coisas. Capacidade técnica, treinamento, liderança, entrosamento.
Pego como exemplo os três esportes coletivos mais populares no Brasil, futebol, vôlei e basquete. O futebol é mais simples, mais fácil de entender. Enfrentam-se dois times semelhantes, grandes, com torcida, história, tecnicamente equivalentes. Um numa fase um pouco melhor, outro reticente. As diferenças em campo são evidentes. Aí entra a tal da confiança. A condição de poder arriscar sem medo de errar. De acreditar num bom chute, num drible. Aquela velha história do gol ficar pequeno para alguns e grande para outros.
No voleibol isso também se percebe pelo alto grau de risco aplicado pelos times brasileiros. jogam sempre no limite. Porque treinam muito, treinam bem e confiam nessa condição técnica adquirida para jogar sempre arriscando tudo. O braço do jogador e da jogadora brasileira não encurta faz tempo. Perfil vencedor.
No basquete hoje se dá o inverso. Ainda que joguem bem, nossas seleções não esbanjam confiança. Na hora de decidir, jogador que deveria fazê-lo se esconde. Poucos assumem essa condição, sem medo de errar. Porque no esporte de alto rendimento não tem jeito, antes de acertar se erra muito. O braço encurta atualmente no basquete, pegando emprestado, novamente, uma expressão do mundo do tênis.
A confiança e a tranquilidade jogam juntas. Num time confiante a bola não queima nos pés dos jogadores. Quando se perde essa capacidade de acreditar no próprio potencial, até para cobrar um lateral o jogador demonstra estar reticente.
Acho que psicologia faz parte de um bom planejamento de equipe competitiva. Tem de estar na pauta das grandes agremiações. Se não fosse assim os americanos não seriam tão bons de esporte. Mas eu acredito que a confiança vem sempre do trabalho bem feito. De um jogador bem formado, com bons fundamentos, que foi ensinado a desempenhar bem seu papel, a ser competitivo e solidário. De uma equipe na qual quem ataca sabe que pode fazê-lo tranquilo porque haverá alguém para defendê-lo. De competência.
Enfim, ficou com toda a cara de auto-ajuda, embora eu não quisesse. Mas é uma visão do esporte, essa paixão que tenho. Acompanho há mais de duas décadas e gosto de várias modalidades. Vi muitos grandes atletas, talentosos, perderm jogos ganhos por absoluta falta de confiança. Não apenas psicológica, mas técnica.
Lembro agora de um clássico desses casos. Meu amigo Jaime Oncins perdendo uma medalha que estava ganha para Andrei Cherkasov, em Barcelona/92. Fez um belo jogo, mas não conseguiu vencer, finalizar o oponente, porque não tinha confiança em seu saque. Porque sempre foi um fundamento que não foi trabalhado com todo o potencial que deveria em sua carreira. Tinha talento, bons golpes, mas faltava esse apoio. Deveria ter vencido aquele jogo, pois era melhor. Não sei se me explico.
Durante anos foi assim com o vôlei brasileiro. Jogava bem e perdia. Porque faltava esse diferencial de um treinamento específico, de aprimorar algo aqui e e ali e acumular confiança.
Fora isso, faltava o ingrediente básico: aprender a ganhar. Ou reaprender, no caso do basquete. Ganhar é um processo longo, cansativo. Ganhar muito, então, ainda mais difícil. Quem sabe ganhar muitas vezes supera adversários com mais qualidade técnica, mas que têm medo de vencer.
Ferrou, ficou muito auto-ajuda, mas espero que tenha dado o recado.
3 comentários:
Boa, Noriega.
mas dá pra perceber que ainda falta confiança em algumas áreas do esporte, no Futebol é uma delas, confiança nos diretores, jogadores, Esse tipo de confiança falta e muito!
vc se lembra que hj mais cedo conversávamos no Twitter, sobre Alex e Lugano?
Pois é Lugano está saindo do fener, PSG e Juventus como prováveis destinos. uma pena o Clube turco e esses jogadores estrarem nesta situação, Mas Creio que a Lugano e Alex não Faltou confiança no Trabalho na Turquia, só que ela já acabou!
Abração Nori.
Sucesso
Um dia chegarei ao Seu Nível!
rsrsrs
Acho que a seleção de basquete leu seu texto (aliás, excelente), hj o que vi em quadra foi confiança e entrosamento. Parabéns pelas palavras, sempre sensatas.
A confiança é um fator determinante para todos os esporte e aproveito o tema para citar o futebol.
O texto é perfeito e oportuno para definir um fator fundamental no esporte, especialmente nos dias de hoje onde o equilíbrio é marca constante entre as principais equipes.
Muita gente já percebeu a importância do fator psicológico para a definição de quem é vencedor ou no lado inverso a falta de confiança como ponto decisivo para minar uma equipe.
Não é sem motivo que alguns rótulos são exaustivamente repetidos na imprensa para motivar uns e diminuir outros.
Não interessa quem faça parte dos elencos ou quem seja o treinador, alguns sempre são vistos como favoritos e outros que nunca terão chance nas competições. Esse é o dogma que a imprensa adota a cada ano para toda e qualquer competição, tentando condicionar público e até atletas.
O final do primeiro turno do campeonato brasileiro, neste final de semana, nos trouxe uma situação curiosa no que diz respeito ao resultado das equipes e a imagem que a “mídia” planta sobre elas.
Há alguns dias surgiu um trabalho pelo portal UOL, denominado “Placar Real”. Um trabalho feito por jornalistas e não ligado a nenhuma torcida. Uma tabela comparativa entre a classificação do campeonato e outra denominada de “real” que seria o resultado dos jogos sem a contaminação dos erros de arbitragens. Erros que neste campeonato não obedecem à condição aleatória, que não se compensam entre a favor e contra para cada equipe.
A curiosidade dos números é que por esse “Placar Real” o time campeão do primeiro turno é aquele que mais é massacrado por criticas negativas, pelo rótulo de limitado, que é prejudicado em grande parte dos seus jogos, sem que a imprensa note que isso ocorre ou transforme em polêmica, como faria se o prejudicado fosse algum time de massa e de interesse dela.
Após 19 rodadas, pelo que aconteceu dentro de campo, o time “limitado”, aquele que não tem elenco, que não tem opções de banco, que não briga pelo título e que tem sua confiança atacada a todo instante seria o campeão do primeiro turno! Interessante o futebol, um esporte onde a surpresa está sempre presente!
Marcelo
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