quarta-feira, dezembro 15, 2010

Abu Dabazo

Não há como negar. Eu achava que o Inter ganharia sem grandes problemas do Mazembe. Eu e muita gente, com certeza. Até o mais gremista dos gremistas não sonharia com o Abu Dabazo Colorado.

Juro que não é preconceito, longe disso. Passei 43 dias na África, feliz e contente de conhecer o continente, ver a alegria do povo, o respeito tão raro de acontecer por parte do mundo.

Mas não dá, simplesmente não dá para um grande time brasileiro ser derrotado por uma equipe do Congo. Não pode. Aconteceu e foi merecido por parte do Mazembe. Mas eu não me iludo. O Inter perdeu muito mais do que o Mazembe e seu endiabrado goleiro venceram.

Meu primeiro post aqui de Abu Dabi dizia que o Inter precisava se impor. Não se impôs, mesmo quando jogou melhor, mesmo quando criou e desperdiçou chances.

Aí o gaiato peruntaria, mas o que é se impor, comentarista?

No caso em questão é ser Inter, ser time brasileiro, ser o time melhor. Fazer o adversário engolir seu estilo, entrar em campo e madar o recado: seguinte, vocês vão jogar o jogo que eu quero e não tem discussão. Isso o Inter não fez em momento algum.

Celso Roth, que é bom técnico, teve uma noite péssima em termos de leitura de jogo. Isso Lédio Carmona e eu dissemos ainda antes de o Mazembe fazer 1 a 0, na transmissão de ontem do SporTV. Sóbis tinha perdido gols? Tinha, mas era o único atacante que levava perigo. Tinga jogou o fino? Não, mas desempenhava mais que o sumido D'Alessandro. Alecssandro, tão criticado, jogou bem? Longe disso, mas lembremos que a grande chance de Sóbis logo no começo foi passe dele.

Estrategicamente, o Inter foi desastroso. Com dois homens de contenção não se pode tomar dois gols como o Inter tomou. No primeiro, a zaga desprotegida e Bolívar e Índio admirando apenas a matada e a finalização de Kabangu. No segundo, chutão do goleiro e Kaluyiutuka fez o que quis de Guiñazu (irreconhecível) e tocou no canto de Renan.

A dor colorada jamais será superada. Eu sempre achei essa semifinal da Copa do Mundo de Clubes mais traiçoeira que a final. Em 2005 o São Paulo tomou sufoco do time árabe, em 2006 o Inter suou com os egípcios, e agora veio a consagração africana. '

É muita concentração para um jogo só. A preparação começa no dia seguinte à conquista da Libertadores, e a bola só rola seis meses depois. E não tem jogo de volta. Vacilos são imperdoáveis.

Sobre o Mazembe, dizer o que? Não é um grande time, está longe até de ser um bom time. Tem as características básicas do jogo africano. Preparo físico, força e coragem. Taticamente foi deisciplinado, mas mesmo assim o Inter esteve várias vezes na cara do gol. Kidiaba, mesmo meio sem jeito, pegou muito.

A questão que fica do estilo africano é o jogo dos duelos individuais, o chamado mano a mano. Nessa, quase sempre o atacante africano leva vantagem. Aprimorando a técnica, o futuro pode ser mais sorridente.

Apesar de que vimos a história ser feita em Abu Dabi. Futebol olímpico é uma coisa, futebol com o carimbo da Fifa é outro. E a África chegou pela primeira vez a uma final sob a chancela da Fifa.

Será a vez da Coréia do Sul esta noite?

2 comentários:

Will Zolini disse...

Abu Dabazo? O Inter não pode ser comparado ao Brasil, muito menos o Mazembe a forte seleção uruguaia de 50, menos, bem menos.

Era esperado esse fiasco pelo futebol medíocre apresentado pelo Inter em 2010.

Will Zolini disse...

Não podemos comparar o Mazembe com a seleção do Uruguai de 50 muito menos o Inter com o Brasil...