INTERNACIONAL PROVA: O
QUE VALE É SER CAMPEÃO
Acho que o futebol brasileiro foi tomado por uma onda meio elitista. Só o que importa é a Libertadores. Se vier através do título nacional, melhor. Mesmo assim, o ano só ganha o selo de qualidade se o time se classificar para a competição continental. Sou fã de carteirinha da Libertadores, torneio que considero o mais caristmático do mundo. Mas não concordo com essa mesquinharia. A conquista da Copa Sul-Americana pelo Internacional é o motivo desse texto.
Futebol se faz de gols, grandes jogos e conquistas. Um time vira grande porque é campeão muitas vezes, captura a atenção de um monte de gente, cria seguidores, mitologias e se insere no contexto de um esporte. Costumo dizer que o verdadeiro lucro de um time de futebol são os títulos. Que é melhor terminar o ano com uma pequena e administrável dívida e uma ou mais conquistas do que fechar o caixa abarrotado de dinheiro e ver a sala de troféus empoeirada.
Pois essa onda blasé parece estar fazendo muitos seguidores. A Copa Sul-Americana não é a última jóia da coroa. Tem problemas, defeitos e ainda carece de prestígio. Mas é um torneio internacional, que repercute, premia e dá uma faixa, um troféu, medalhas. O torcedor sai gritando é campeão e isso basta para girar a roda do futebol, ou, pra ficar no clichê, rolar a bola.
Atualmente fala-se que os estaduais estão mortos, quando são citados estão sempre acompanhados de um sufixo diminutivo. Que a Copa do Brasil é para quem não teve competência para chegar à Libertadores, e que a Sul-Americana é prêmio de consolação.
Que time não gostaria de um prêmio de consolação com o do Inter? Ganhar de um tradicional time da rival Argentina, num estádio lotado, com 28 pontos de audiência (somando-se Globo e Bandeirantes) na TV? O Inter valorizou a Sul-Americana antes do que qualquer outro time. Seu torcedor comprou a idéia. Atualmente não há time brasileiro com maior presença internacional do que a equipe homônima. Campeão da Libertadores e do Mundo em 2006, da Recopa em 2007 e da Sul-Americana em 2008.
Mais do que se classificar ou não para algo, o que deveria mover a alma de um grande time é a sede de conquistas. Um bom exemplo o apetite atual no Inter.
OS TEMPOS MUDARAM
Os clubes grandes que abram o olho. Sabem qual é a final do Campeonato Paulista Sub-17 de futebol? Pão de Açúcar e Barueri. Dois times jovens, um formado de um projeto de um supermercado e outro que nasceu de um projeto de uma Prefeitura e se desenvolve com as próprias pernas.
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3 comentários:
Nori, sabe quem faz a final do Paulista Sub15?
Barueri x São Paulo.
O primeiro jogo será amanhã, sábado, na Arena Barueri, às 19:00.
O primeiro jogo da final do Sub 17 será amanhã, também, no CT do Pão de Açúcar, às 10:45.
Barueri, Pão de Açúcar e São Paulo (que tem um baita sub 17) fazendo as duas finais.
Sim, sem dúvida é pra pensar.
.
Quanto à questão "importância do título", Nori, acredito que ele, o título, é importante em si, mas não se pode perder de vista que temos uma cultura onde apenas o título é reverenciado, em que o vice é o primeiro dos últimos.
Conquistar o título é tudo.
Ok, tal postura pode ser incorporada pelo torcedor sem maiores problemas. Mas, na vida real ela contamina o dirigente e é a essência do cartola.
O dirigente faz besteira em nome de um título.
O cartola exacerba as besteiras habituais.
A lenta intromissão da cultura dos pontos corridos e a valorização da Libertadores (e, espero, a valorização da Sudamericana), tendem a minimizar um pouco essa importância do título a qualquer custo, "duela e quien duela".
Temos clubes falidos, tecnicamente insolventes, que chegaram a esse ponto em nome das grandes conquistas, ou melhor, da busca pelas grandes conquistas.
(Na verdade, chegaram onde estão hoje porque foram dirigidos de maneiras absurdas, incompetentes, temerárias, fraudulentas, inclusive, em muitos casos. Todos porém, fizeram o que fizeram porque queriam "armar grandes times" e outras desculpas tão tolas quanto falsas, muitas vezes.)
Acima do título eventual está a permanência de um clube, de preferência saudável, em boas condições para disputar títulos toda temporada, mesmo que ganhando esporadicamente.
O torcedor tem mais que querer o título, mas precisa perder a obsessão por ele e aprender a valorizar a campanha, a vaga na Libertadores, a vaga na Sul Americana.
Até porque, quando isso acontecer, imagino e sonho, o futebol será de fato entretenimento e não questão de vida ou morte, como, infelizmente, é hoje para muitos.
Bom fim de semana. Estou com a impressão que terei alvará para ir à Arena Barueri ver a molecada dos Sub 15.
:o)
Foi uma conquista brilhante do Inter!
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