A queda do River e
o futebol brasileiro
Aparentemente, o título do blog parece não fazer sentido. Afinal, que relação haveria entre o rebaixamento de um dois maiores times da Argentina com o futebol brasileiro? Muita coisa. Fique comigo até o final do texto que explico.
Houve um tempo em que, na economia, se dizia que o Brasil era a Argentina uma semana depois, para explicar os efeitos que as alterações econômicas no vizinho produziam em nosso País.
A edição de hoje do jornal argentino Olé traz uma reportagem emblemática para elucidar as relações comprometedoras que existem entre dirigentes de futebol e torcedores violentos, bandidos mesmo. O jornal identifica integrantes da mafiosa organização Los Borrachos del Tablón, a principal barra brava, ou torcida uniformizada, do River Plate.
Muitos dos líderes desse grupo são ou foram funcionários do River e têm conexões com autoridades políticas e de segurança do governo da província de Buenos Aires.
A violência dos barras bravas no fuetbol argentino é algo com forte impacto na sociedade. O mundo viu as imagens da baderna produzida após a queda do River. Em relação ao que ocorre no Brasil, a violência é ainda pior.
Aqui em Buenos Aires o River é um assunto dominante, que só agora às vésperas da abertura da Copa América, começa a ser superado pela seleção argentina. O presidente do clube milionário, Daniel Passarella, tem um carro de polícia em frente a sua casa 24 horas. Um coquetel molotov explodiu na porta da garagem da casa de um conselheiro do River. Isso se chama terrorismo.
Investigar e combater é preciso.
No Brasil, sabe-se há tempos do envolvimento dos clubes e até de técnicos e jogadores com esses maus torcedores. Clubes financiam ingressos e viagens, jogadores e técnicos dão dinheiro e acabam se transformando em reféns. Em alguns casos pagam, literalmente, por sua segurança.
Há torcedores dessas organizações com cargos nos clubes, influência política.
Assim começou na Argentina e hoje as proporções são tenebrosas. O crime organizado está infiltrado nessas atividades.
É preciso tomar providências enérgicas e punir quem usa o futebol para delinquir.
O Brasil precisa estar atendo ao que acontece na Argentina para não sofrer do mesmo mal. Não custa avisar.
Como juega este pibe!
Alfândega do aeroporto de Ezeiza, Buenos Aires. Enquanto espero a liberárioação de minha entrada no país vizinho, o funcionário pergunta:
- Você é jornalista? Veio cobrir a Copa América?
Ao término da resposta, veio o comentário:
- E o Neymar? Como juega este pibe!
É fato que Neymar já é ídolo também na Argentina, que seu futebol encanta os vizinhos e já se discute aqui uma situação de sonho para eles: Neymar e Messi jogando juntos no Barcelona.
O futuro não se conhece, mas no presente, Neymar já é ídolo de proporções continentais.
É tudo igual
Uma penca de jogadores mexicanos foi afastada da seleção por ter aprontado uma festinha em Quito, Equador. Como disse o repórter da Fox Sports, levaram senhoritas para a concentração. O México já traria um time alternativo para a Copa América e agora terá um time praticamente sub-23.
Em 2007, na Venezuela, esse tipo de situação aconteceu com a seleção chilena. Valdívia estava entre os envolvidos e foi até suspenso da seleção.
É impressionante como na hora de vacilar, jogador de futebol não tem sotaque.
2 comentários:
Acho que nesse quesito o Brasil está na frente da Argentina. Diversos clubes grandes foram rebaixados e pouquíssimos problemas aconteceram. Cair faz parte do futebol...
Concordo contigo sobre as organizadas no Brasil.
E digo mais: reclama-se muito de alguns flanelinhas mal intencionados, que estão nessa atividade como alternativa para não cair na marginalidade.
As vezes tenho a impressão de que, como os presídios estão super lotados, a solução encontrada para essa turma foi vesti-los com a camisa do clube do coração e pulverizá-los nos estádios.
Lugar de bandido é na cadeia e ao lado de outro coleguinha bandido, não ao lado de minha família num estádio de futebol.
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