terça-feira, junho 09, 2015

O problema não é trocar de técnico. É o embasamento da troca


Existe uma nuvem de indignação no que se refere à troca de treinadores de futebol no Brasil.

Não resta dúvida de que as trocas são exageradas.

Mas cabe ressaltar que mudar não é proibido e muitas vezes se faz necessário.

O problema está no embasamento por trás da troca, nos motivos e nas circunstâncias.

Talvez não seja saudável e na maioria das vezes pode até ser errado.

Mas não há regra que diga que a troca seja sempre absurda, equivocada ou intempestiva.

Não me refiro especificamente a caso algum.

A opinião é macro, não micro.

O que deveria ser avaliado não é a troca, na velha dicotomia do certo ou errado, que muitas vezes vai para o lugar comum de que nunca se deve trocar de treinador, de comando. Em alguns casos, a mudança é salutar e absolutamente necessária.

O que pega é quem troca e porque troca.

Quem decide trocar tem capacidade para avaliar se o resultado é bom, independentemente dos resultado?

Ou quem decide se deixa levar por opiniões de conselheiros, torcedores, corneteiros, comentaristas?

Quem banca a troca tem conhecimento para argumentar com o treinador demitido e enumerar os motivos da demissão?

Aposto que na maioria das vezes, não.

A demissão se decide pela urgência dos resultados e pela pressão política interna do clube, de torcedores e da mídia.

Deveria existir uma figura nos clubes de futebol que pairasse acima do treinador e abaixo da Diretoria estatutária que respondesse por essa decisão.

Resposta embasada de um profissional com conhecimento técnico de futebol e de gestão de um clube. Capaz de cobrar do treinador a falta de qualidade de um trabalho ou defendê-lo junto à Diretoria se identificasse qualidade apesar de eventual falta de resultados.

Desde que haja uma avaliação séria, isenta e consistente, nada existe de mal em se trocar um treinador.

Assim como não há pecado no fato de um treinador que está tocando um belo trabalho num time médio, por exemplo, aceitar convite para assumir um time grande. Decisão esta que é muito menos contestada por treinadores, dirigentes, jogadores, torcedores e mídia no Brasil.


2 comentários:

Anônimo disse...

Parabens pelos comentarios ontem após a derrota do Brasil.
Principalmente quanto a ausencia de autocritica de jogadores e tecnico ao nunca reconhecerem quando jogam mal uma partida. Isso é zombar do torcedor brasileiro. Pude perceber a sua indignação diante de tamanha cara de pau desses atletas. Reconhecer que o trabalho foi mal executado nao é demérito nenhum.
Abraço
Bruno Andrade
Belem-PA

Anônimo disse...

Caro Noriega,

Seus comentários após a derrota foram muito bons, com uma única exceção. Não precisa defender a permanencia do Dunga no comando da seleção. Primeiro porque ele não tem curriculum para comandar o principal time do Brasil. Segundo pois já teve chance e decepcionou na Africa. E finalmente, vamos dar a seleção a quem provou que sabe montar um time e atingir resultados. Meritocracia é a frase. E existem vários técnicos no Brasil com melhor curriculum do que o Dunga: Tite, Muricy, Marcelo, Abel, e alguns outros.
A seleção deve convocar os melhores jogadores e o melhor técnico também. Qual é a trajetória do Dunga como técnico???
João