sexta-feira, outubro 05, 2007

GENESIS.

CHICAGO, 3 DE OUTUBRO DE 2007














Se você é fã de alguém ou de alguma coisa, vai entender. Pois foi assim. Saí de São Paulo na noite de 2 de outubro, perdi uma conexão em Miami graças a mais um atraso da TAM, cheguei a Chicago às 15 horas do dia 3 e antes das 19hs já estava no meu lugar, setor 1, assento 14, fileira 31 no United Center, a casa do Chicago Bulls. Foi lá que realizei meu antigo sonho de fã e vi meu primeiro show do Genesis, minha banda favorita. Voltei no dia seguinte, nova maratona, mas feliz da vida, com lembranças que ficarão comigo para sempre.




O show? Sensacional. Acho que dei sorte, porque os caras estavam realmente a fim de tocar. Some-se a isso o fato de estarem no palco 5 dos melhores músicos do pop/rock em todos os tempos e cerca de 20 mil pessoas numa arena belíssima.




Vi tudo que esperava ver desse show. Uma banda afiada, que está na estrada com essa formação há 30 anos e não sentiu em nada uma "paradinha" de 15 anos. Som praticamente perfeito, um show de luz e efeitos especiais de vanguarda e muita, muita música.




Há uma grande diferença entre esse Genesis que vi em Chicago e a maioria das grandes bandas que estão por aí, em especial as clássicas: não há ressentimentos. Os caras são amigos de verdade e passam isso no palco, com entrosamento e diversão. Às vezes dá impressão que eles lá em cima se divertem mais do que o público.




Phil Collins é um fenômeno. Aos 56 anos, toca bateria como sempre (com maestria) e segue sendo um vocalista como poucos. Sua interpretação para "Mama", uma música difícil de ser cantada, com essa idade, é de arrepiar. Embora tenha reduzido o tom em algumas músicas, o cara simplesmente não perde uma nota e ainda é um showman competente e inspirado.




Para mim, os pontos altos de um show praticamente de pontos altos, são momentos que marcam os fãs, como eu. Em alguns instantes apenas Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford ficam tocando no palco. Na maioria deles, em passagens instrumentais de canções dos anos 70 e na segunda parte de "Home By The Sea". Além do começo de "I Can´t Dance".






Vi famílias inteiras curtindo o show. Pais e filhos juntos, cantando e dançando. Ao meu lado, havia um grupo de fãs bem jovens, que poderiam estar em qualquer show do Red Hot Chilli Pepper, mas estavam absolutamente alucinados ouvindo o som que aqueles velhinhos mandavam. Um deles ajoelhou e ao levantar, socou o ar como se fizesse um gol ao ouvir a espetacular (para mim definitiva) versão de "Los Endos" que o Genesis mandou neste 3 de outubro em Chicago. Na fileira da frente, um tiozinho que parecia um clone dos caras do ZZ Top, passou o show inteiro viajando, balançando a cabeça, e no final desabou em choro. Ao seu lado, um senhor elegante, com pinta de executivo, ficou embasbacado por 2h45 minutos.




Outro detalhe entre a parafernália tecnológica, que inclui fogos de artifício e um gigatesco telão high-tech que se funde ao palco e à iluminação: ao mostrar imagens do público durante dois dos maiores sucessos do Genesis, "Invisible Touch" e "Throwing It All Away", a banda faz do seu fiel público parte do espetáculo, o que explica tamanha lealdade por parte dos fãs. Além disso, durante o show, imagens do passado da banda são exibidas no telão-cenário, com grande destaque para o ex-vocalista Peter Gabriel e o ex-guitarrista Steve Hackett, além de músicos convidados como Bill Brufford.




O detalhe é que o Genesis não lança um disco de canções inédidas desde 1991. O último single é de 1999, na verdade uma regravação de "Carpet Crawlers". Ainda assim lotou por 3 noites seguidas o United Center e coloca uma turnês norte-americana entre as dez mais bem-sucedidas da temporada, depois de uma passagem com ingressos esgotados pela Europa que fechou com uma apresentação para 500 mil pessoas em Roma.




Para mim, inesquecível como um todo, o show ficará marcado pelo momento em que vi o Genesis tocando "Follow You Follow Me", a música que escolhi para mim e para minha mulher, Isabel. Só estando lá para saber o que é isso.




Enfim, se você é fã, não bobeie, nem pense duas vezes. Vá ver seu time jogar, seu esporte favorito, sua banda predileta. Vale muito a pena.

10 comentários:

Anônimo disse...

Tb. adoro o genesis mas show mesmo foi no Maraca. pena que voce perdeu...Igual ao Phil só o coro se 70 mil!!!

Anônimo disse...

Big Kbça,

Muitas vezes entro no seu blog para ler seu excelente e eclético texto.

Poucas vezes, deixei algum comentário, mas hoje não poderia deixar passar em branco.

Fico feliz de ver que você realizou, em grande estilo, seu antigo sonho.

Lembro de você, há 15 anos, comentando em Porto Belo, que ainda assistiría um show "in loco" do Genesis.

Espero que tenha aproveitado cada minuto do grande show.

Abraços,

Dinho

Dan Lopes disse...

que massa!
isso que é fã

Anônimo disse...

Olá!!!
Muito legal seu post. Realmente é muito bom realizar um sonho de fã. Eu sou louco por esportes, e tinha 3 objetivos, sendo que já realizei dois: vi, ao vivo, a seleção brasileira e o Guga jogarem. Só falta um: ver um GP de Fórmula 1.
Abraço

Anônimo disse...

Olá Noriega, saindo do tema, mas como é o único jeito já que não consegui achar nenhum e-mail seu. Gosto muito de seu trabalho no Sportv e no PFC, sendo que eu acho vc e PC Vasconcellos, o comentarista mais equilibrado e ponderado da televisão, sem contar a bela e inteligente parceria com a Mariana as segundas e quintas no Bom Dia SP. Fiquei mto feliz em saber que vc nasceu em Jaú, onde moro tb, e queria saber se vc nunca vem para cá, se vc tem parentes, se vc sabe se virar bem na cidade, entre outros... Queria poder me corresponder com vc..... Um grande abraço, boa semana. Otávio Frabetti , Jaú-SP

Anônimo disse...

ai, que super inveja boa...

tocaram Mad Man Moon?

Unknown disse...

Tina, não tocaram Mad Man Moon, que é uma linda música.
Abs

Unknown disse...

Otávio, tudo bem? Nasci em Jaú, mas minha família por parte de mãe é toda de Bariri, então é como se tivesse nascido em Bariri. Temos parentes em Jaú, sim, e me viro bem pela cidade. Recentemente estive em Jaú para tirar uma nova versão da minha certidão de nascimento.
Abs

Anônimo disse...

Noriega, obrigado por esse relato do show do Genesis.
Assim como você, sou muito fã da banda e havia planejado assistir ao show, em 14 de julho, em Roma. Devido a compromissos profissionais tive que cancelar a viagem. Por isso fico feliz por você ter conseguido ir.
Creio que você resumiu tudo: o fato dos caras serem amigos cria um clima muito legal no show. E o talento deles é demais.
Interessante você comentar sobre a interpretação do Phil Collins para Mama. Tenho um DVD deles, em Wembley em 1986, que ele canta essa música com muita "pegada", mas mesmo reduzindo o tom ainda é sensacional. O velho Phil é, para mim, um dos três melhores bateristas do mundo, e um grande vocal.
Valeu pelas fotos, e pelo texto, Noriega.
Abraço,

Humberto

Anônimo disse...

ah...então a inveja diminuiu um pouquinho, só um pouquinho...