quarta-feira, setembro 30, 2009

Nesta quinta comento

Goiás x Cerro Porteño


Copa Sul-americana na escala do SporTV. Mais uma vez com alegria, ao lado dos amigos Jota Júnior e Edgar Alencar. Difícil missão do Esmeraldino, que perdeu a primeira por 2 a 0. Mas com a bola que estão jogando Júlio César, Fernandão e Iarley, tudo é possível. Pena que Vítor, suspenso, não vá jogar.
O promotor público que

vê apenas o que quer ver


Tenho profundo respeito pelo promotor público Paulo Castilho, de São Paulo. É sério, correto, dedicado e tem as melhores intenções.

No entanto, me reservo o direito de, respeitosamente, discordar de algumas de suas teses e apontar os equívocos de seus argumentos. Castilho é defensor da tese de que a torcida única em clássicos acabará, ou reduzirá drasticamente, a violência nos estádios.

No cássico Corinthians x Santos, no Pacaembu, pela fase classificatória do Paulistão 2009, uma torcida dita organizada foi para o conflito aberto com a PM. Cenas de batalha. Castilho estava no Pacaembu. Viu tudo, e disse que também havia torcedores comuns no tumulto. As imagens de TV e as fotografias são de uma clareza inconteste, chocante. São torcedores uniformizados, algumas mulheres, inclusive, agredindo forças públicas de segurança.

No útlimo clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi, o ônibus corintiano foi alvo de pedradas na chegada ao estádio. Cena tristemente comum nas proximidades do estádio, várias delegações foram vítimas. Houve conflitos entre torcedores nas ruas próximas ao Palestra Itália, e recentemente uma briga entre ditos organizados de Corinthians e Vasco terminou com morte e ônibus incendiado. É essa a paz dos 5% de torcida visitante?

Ao que parece, o promotor Castilho acredita que se houver paz dentro dos estádios, o cidadão comum que estiver passando perto deles em dias de jogos e der o azar de se ver em meio a uma briga de guerrilhas uniformizadas que se vire, entregue a Deus.

Não consigo entender essa tese da torcida única. Na Argentina se tentou e houve feridos e até mortes em brigas dentro de uma torcida de um mesmo clube. Hoje o torcedor de bem fica de fora do espetáculo e quem quer briga e morte vai e volta escoltado pela polícia.

Torço pelo sucesso das iniciativas do Ministério Público, mas me permito discordar da tese. Se for aprovada, será uma derrota a mais da civilização, do direito de ir e vir, e mais uma vitória dos baderneiros.
Essa do Ricardo Gomes

eu juro que não entendi


Está lá no globoesporte.com. O técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, afirma que um dos motivos pelos quais o Palmeiras está na liderança do Brasileirão é que o time foi eliminado antes da Libertadores e teve mais tempo para ganhar pontos no torneio nacional. Veja a matéria aqui.

Só não consigo entender que tempo foi esse, já que o Palmeiras foi eliminado no dia 17 de junho e o São Paulo um dia depois, em 18 de junho, ambos na fase de quartas-de-final. Os dois também caíram na mesma fase do Paulistão, a semifinal.

Essa eu juro que não entendi.

terça-feira, setembro 29, 2009

O novo comercial do

sócio-torcedor feito

para o Corinthians


Recebi do amigo Ricardo Chester, brilhante publicitário brasileiro, da agência Babel, a nova peça publicitária feita para o Corinthians, abordando o programa Fiel Torcedor. Como tudo feito pelo Ricardo, Capi para os amigos dos velhos tempos, é muito legal. Vale a pena conferir abaixo.



segunda-feira, setembro 28, 2009

O apito acerta e

erra para todos


O que circula de teoria conspiratória entre os torcedores brasileiros é de fazer inveja a qualquer espião. Em comentários de blogs e sites de torcedores aparecem acusações cabeludas, a maioria sem qualquer fundamento, beirando a ficção de quinta categoria. Boa parte das críticas, é claro, ataca a arbitragem e, também, a Imprensa esportiva, a eterna culpada pelos fracassos dos clubes que fracassam e permanente perseguidora dos clubes que triunfam.

Quanta bobagem!

A arbitragem nacional vive um momento ruim, isso é óbvio. Está em curso uma renovação forçada e meio apressada que coincide com o fato de muitos bons árbitros estarem no fim da carreira. Há erros e acertos para todos os lados. A frase mais sensata sobre isso foi proferida pelo técnico do São Paulo, Ricardo Gomes. Segundo ele disse - e concordo - no campeonato de pontos corridos os erros se diluem ao longo da competição e ninguém acaba sendo mais favorecido ou prejudicado.

O Cruzeiro esperneou pelos erros de arbitragem na derrota para o Palmeiras, mas calou quanto ao gol em impedimento de Gilberto contra o Barueri. Assim com o Palmeiras tinha criticado o fraco Evandro Roman pelos erros na derrota para o Goiás. O mesmo Roman que errou na vitória palmeirense sobre o Cruzeiro. Dirigentes do São Paulo reclamaram do pênalti marcado para o Palmeiras contra o Barueri, mas silenciaram quanto ao gol em impedimento de Wasington contra o Corinthians. Assim como os corintianos ignoraram os dois gols em impedimento na vitória sobre o Inter, e os colorados fingiram esquecer os dois gols em impedimento no empate com o São Paulo. É a velha história da cobra que come o próprio rabo.

O que quero dizer é que erro tem pra todo mundo e pra todo gosto. Mas o torcedor, apaixonado e irracional como deve ser um torcedor, acha que é sempre contra o time dele. Que quando erram a favor de sua equipe a gritaria é maior, e contra, há um silêncio cúmplice. E a culpa é sempre da imprensa esportiva, como escreveu um blogueiro chamado Marcelo, que é, segundo ele, "desonesta e tendenciosa". Ele dá a entender que a mídia favorece os times de maior apelo e torcida, como Corinthians e Flamengo. Mas esquece da "gritaria geral" em 2005 quando do escandaloso pênalti de Fábio Costa e Tinga, não marcado por Márcio Rezende de Freitas. 99% afirmaram que era um erro grosseiro.

Todos acusam, nunca provam. Até entre alguns colegas rolam afirmações que carecem de fundamento, sobre favorecimento a este ou aquele Estado por questões políticas e financeiras. O torcedor é sempre assim, respeito demais isso. Acontece que poucos resistem a duas ou três argumentações quando confrontados, seja por técnicos a quem chamam de burros ou por jornalistas a quem acusam de tudo.

Já recebi e-mail de gente me acusando de ter falado coisas terríveis em jogos que eu sequer comentei. O melhor deles eu recebi quando estava na Áustria, trabalhando na Eurocopa, e um cara me espinafrou dizendo que eu tinha falado bobagem no jogo do time dele no Brasileiro. Como, se eu estava a milhares de quilômetros do jogo? Ah, a paixão! Faz o sujeito ouvir até o que você não disse. Normal, faz parte.

A única coisa que posso afirmar, em mais de 20 anos de carreira, é que existe, sim, influência dos bastidores, como em qualquer modalidade de disputa, seja ela esportiva ou não. E que sempre o time campeão, além de ser bom na bola, também é bom nos bastidores. Faz parte do jogo, de uma certa sujeira que acompanha o mundo e a humanidade.

Com diz o grande Rubens Francisco Minelli, "se fosse dado o direito ao torcedor de saber o que acontece no dia-a-dia de um time de futebol, ele não seria mais torcedor".
Onda Verde



O Verdão paulista e o Esmeraldino goiano agradecem os vacilos da concorrência e pedem passagem no Brasileirão. Palmeiras e Goiás tiveram duas rodadas perfeitas. O time de Muricy Ramalho mostra compromisso, superação e força para se manter no topo há 13 rodadas e conseguir vitórias tão suadas como importantes.

O Goiás goleou o Corinthians fora de casa, ganhou do Grêmio e vai enfrentar o frágil Botafogo em seus domínios na próxima rodada. O Palmeiras tem o clássico contra o Santos, na Vila, que pesa muito mais pela tradição do que pelo adversário, em péssima fase.

A Onda Verde arrebenta de duas maneiras distintas. O Palmeiras é extremamente competitivo, se defende com valentia, e conta com jogadores que fazem a diferença, a começar pelo sensacional Marcos e a terminar lá na frente, com Cleiton Xavier, Diego Souza e Vágner Love. Tem no banco um treinador acostumado a vencer e a suportar situações de pressão. Se o elenco não é perfeito, tem dado conta do recado.

O Goiás é um time mais leve que o Palmeiras, de bom toque de bola, com "veteranos" de categoria como Iarley e Fernandão, e os melhores alas do campeonato: Vítor e Júlio César. A maneira como se defende ainda deixa dúvidas, pois o time sofre muitos gols. O ataque tem compensado, mas é uma campanha digna de respeito.

Abaixo dos verdes aparecem times que não mostraram a mesma regularidade. O Inter é uma gangorra, o São Paulo só ensaiou o bote que ainda não conseguir dar. Olho para o Atlético Mineiro, que tem um meio-campo de encher os olhos, com toque de bola refinado, e se reforçou bem para a reta final. Largou com tudo, caiu de produção e se equilibrou.

A tabela parece sorrir mais para o verde paulista, que enfrentará Goiás e Atlético Mineiro em casa e já jogou contra São Paulo e Inter. Mas isso tudo é teoria e sigo achando que o campeonato se ganha nos confrontos entre postulantes ao título e os que não o são. Exemplo: Náutico e São Paulo, Goiás x Botafogo, Grêmio x Sport e Palmeiras e Santos.

domingo, setembro 27, 2009

Marcos, um dos segredos

da liderança do Palmeiras


No aeroporto, antes de embarcar para Belo Horizonte, encontro Paulo Baier, o melhor jogador do Atlético Paranaense, batendo papo com o zagueiro Leonardo Silva, do Cruzeiro. "O Marcos não deixou passar nada", disse Baier, referindo-se à grande atuação do goleiro do Palmeiras na vitória por 2 a 1 sobre o Furacão.

Pois é este Marcos, ungido a santo pelos palmeirenses, um dos segredos do time que ostenta a liderança do Brasileirão há 13 rodadas. Marcos desequilibra, é fora-de-série. Cresce em momentos decisivos. Além dele, o Palmeiras tem outros três jogadores que desequilibram: Vagner Love, Diego Souza e Cleiton Xavier. Um dia é um, no outro o companheiro.

Quando mais de um joga bem, o Palmeiras mostra mais eficiência, joga melhor e ganha com mais tranquilidade. Em jogos quando apenas um brilha, tem problemas, sofre, mas consegue sustentar vitórias importantíssimas. Há tempos escrevo aqui e comento no SporTV e no Bom Dia São Paulo o seguinte: time para ser campeão precisa saber ganhar mesmo quando joga mal. É o que está acontecendo com o Palmeiras.

Outro segredo do líder: comprometimento. Todos luta, correm e não se escuta falar de picuinhas, de jogador que sai reclamando, de outros que protestam porque não são escalados. Mais um detalhe: a maioria dos gols é comemorada com o banco, com o técnico, o que mostra boa sintonia. Mesmo em partidas quanto tática e tecnicamente a equipe não vai bem, a superação tem aparecido. Obina dá uma de beque, Danilo aparece como se fosse centroavante.

Isso tudo ajuda na ambientação de jogadores que chegaram há pouco ao clube, como o chileno Figueroa, que tem potencial e dificilmente deixará o time agora que entrou.
Talvez resida aí uma das chaves para o sucesso de Muricy, além da sua competência: ele não é traíra, é um técnico em quem os jogadores confiam, em cuja honestidade não repousam dúvidas.

Em resumo, são alguns dos segredos do Palmeiras.

sexta-feira, setembro 25, 2009

A rodada 26, jogo a jogo



Palmeiras x Atético-PR - O Palmeiras está num grande momento psicológico. Segura a ponta do campeonato há 12 rodadas e conseguiu - erros de arbitragem à parte - uma vitória heróica sobre o Cruzeiro. Escrevo isso faz tempo: o elenco palmeirense é comprometido e isso pode fazer a diferença, somado ao fato de ter jogadores que desequilibram. Um deles, Cleiton Xavier, não estará em campo, mas sobram ainda três: Vágner Love, Marcos e Diego Souza. O Furacão é um time raçudo, mas tem um dos piores ataques do Brasileirão e enfrentará uma das melhores defesas.

São Paulo x Corinthians - Jogaço! Pintou um problema de última hora para o Corinthians: o joelho direito de Ronaldo. Se ele não puder jogar, o time sente muito, já que tirando Dentinho os outros atacantes não costumam incomodar muito. Resta saber se Edno e Defederico poderão atuar. O São Paulo estará completo e precisará apagar a péssima impressão deixada no segundo tempo contra o Santo André. Jogo pode decidir a vida de ambos.

Barueri x Cruzeiro - O bom time do Barueri, no ótimo gramado da Arena, contra a equipe técnica e de toque de bola do Cruzeiro. Tem tudo para ser um jogo agradável. O Cruzeiro deve estar mordido pelo ocorrido contra o Palmeiras, mas precisa aprender a matar os jogos que domina. Atua bem, toca lindamente, mas em alguns jogos não define.

Coritiba x Náutico - O Coxa é mais um exemplo de time comprometido, sério e raçudo. Dá gosto ver jogar pela dedicação. Esse duelo contra o Náutico, outro time brigador, é decisivo para ambos, que estão separados por apenas um ponto na tabela. O Coritiba ainda jogará com o Inter em casa na sequência e tem a oportunidade de dar uma respirada. Grande jogo.

Goiás x Grêmio - Por falar em jogão, taí um deles. O Goiás desfilou categoria contra o Corinthians, e se tiver Iarley e Fernandão num bom dia é difícil de segurar, ainda mais tendo alas como Vítor e Júlio César. O Grêmio, fatal em casa, ensaiou melhorar o desempenho fora ganhando do Náutico. Se ganhar do Goiás no Serra vira candidato ao título.

Fluminense x Avaí - Virtualmente rebaixado, o Fluminense só pode pensar em vitória. Mas como pensar nisso com um time de desempenho tão fraco? Ainda mais contra o bom trabalho do Avaí.

Inter x Flamengo - Mais uma das decisões da rodada. O Inter voltou a ser incógnita, parece dar uma travada quando todos pensam que finalmente vai deslanchar. O Flamengo pode incendiar sua massa torcedora com uma vitória fora de casa que o levaria a 40 pontos. Time por time, o Inter é melhor, mas muitas vezes não consegue ser melhor.

Atlético-MG x Santos - O Galo está à espreita, afiando as esporas para dar novo salto rumo ao G-4. Tem um time bom, reforçado por Ricardinho e Carini. O Santos não evolui, está empacado no grupo intermediário. Tá com pinta de Galo.

Botafogo x Vitória - O Bota enfrentará um adversário com perfil caseiro, que é forte no Barradão mas não costuma incomodar fora de casa, vide o vexame dado contra o River Plate uruguaio. Boa chance para o time carioca vencer e deixar a zona de rebaixamento, já que a rodada lhe é favorável, na teoria.

Sport x Santo André - Clássico do desespero, reunindo duas equipes na zona do rebaixamento. Para o Sport a vitória é obrigação. Um empate nem seria mau negócio para o Santo André.

quinta-feira, setembro 24, 2009

10 erros graves

da arbitragem

no Brasileirão


O pessoal do goboesporte.com fez um trabalho interessante e selecionou dez erros graves da arbitragem no Campeonato Brasileiro.

Veja nesse link.

E mande os outros erros que você se lembra de terem acontecido no campeonato.
Os erros do apito

e a garra do líder


A arbitragem de Evandro Rogério Roman foi desastrosa na mesma proporção da raça e da abnegação do time do Palmeiras na vitória,importantíssima, sobre o Cruzeiro.

Roman, árbitro que considero fraco para jogos de grande importância, deixou de marcar dois pênaltis para o Cruzeiro. Foi omisso na distribuição de cartões e permitiu jogadas violentas de parte a parte.

Ele é apenas mais um capítulo na série de erros abomináveis dos árbitros no Campeonato Brasileiro, nas séries A e B. Praticamente todos os times já foram favorecidos e prejudicados por erros clamorosos. E quando se fala em profissionalizar, aparelhas e melhorar a arbitragem, inclusive com recursos eletrônicos, quem manda no futebol não leva a sério.

Apito à parte, bola rolando, o jogo deixou algumas conclusões: a dedicação e o compromisso do time do Palmeiras impressionam. O time se agarrou ao 2 a 1 como um náufrago a uma bóia e disputou cada bola como se fosse a última. Também conta com jogadores que estão decidindo, como Cleiton Xavier e Diego Souza, há muito tempo, e Vágner Love, recém-contratado para tal.

Claro que tem problemas. Marcão é um zagueiro que não inspira confiança e joga pelo lado de Armero, um lateral rápido no apoio, mas que erra muitos passes e cruzamentos. A marcação no meio ainda está frouxa após a saída de Pierre.

O Cruzeiro talvez seja o time que esteja jogando mais bonito atualmente, em virtude, também, da irregularidade do Inter. O time mineiro toca fácil, tem bons alas, bons atacantes, mas em termos de competitividade tem esbarrado em alguns detalhes. Não decide quando aparece a oportunidade. Foi assim na Libertadores. Foi assim contra o Palmeiras.

Gilberto é um grande jogador, mas não marca, joga solto. O que compromete a marcação no meio, interfere no jogo de Eli Carlos e Marquinhos Paraná. Fora isso, a dupla de zaga cruzeirense é lenta na recuperação, embora seja forte no jogo aéreo.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Dunga em 94 e

Dunga em 2009


Em março de 1994 eu entrevistei Dunga em Recife, antes de um amistoso em que o Brasil venceu a Argentina por 2 a 0. Dunga jogava no Stuttgart, da Alemanha, e, claro, na Seleção. Eram tempos distintos, nos quais era possível sentar-se à mesa com um jogador da Seleção Brasileira para um bate-papo exclusivo. Coisa rara nos tempos do Dunga técnico.

Expliquei ao Dunga que queria uma conversa mais aberta com ele, falando de futebol, do Brasil, da vida etc. Ele respondeu que sim, mas alertou: "Você não vai gostar de algumas coisas que eu vou falar e acho que não vai publicar". Eu disse: "pode falar o que quiser, depois te trago o jornal para você ler". Acho que ele gostou daquilo e soltou o verbo. Desceu a lenha na imprensa com gosto. Publiquei tudo e pedi ao pessoal do jornal em que trabalhava, o Diário Popular, que mandasse uma cópia da página por fax para o hotel em que eu estava.

Chegou o fax, no dia seguinte entreguei ao Dunga e disse: "Tá tudo aí o que você falou". Não sei se ele leu, nem se gostou.

Nesta terça-feira, 22 de setembro de 2009, participei do Arena SporTV especial com o Dunga, em Porto Alegre. São 15 anos de espaço de tempo. Dunga foi campeão mundial, vice-campeão mundial como jogador e assumiu a Seleção Brasileira como técnico.

O tempo costuma produzir algumas mudanças em todos nós. Claro que esse efeito se sente também em Dunga. Mas em algumas coisas ele parece não ter mudado. E isso tem reflexos em seu trabalho como técnico.

Cléber Machado perguntou a Dunga se ele era rancoroso. O técnico respondeu que não. Talvez nem seja, mas que não esquece certas coisas, isso é fato. Como ele mesmo diz, quem apanha não esquece, quem bate, esquece. Dunga apanhou muito em 90 e não esqueceu, parece estar sempre querendo responder às críticas daquela época em vez de curtir os elogios que recebeu, justamente, pelo bom desempenho em 1994.

A impressão que tenho é que Dunga usa isso como combustível. Ele é obviamente um competidor nato. Busca a vitória como satisfação pessoal e, também, como resposta aos inimigos e críticos. É evidente que sua felicidade pela conquista talvez seja igualmente proporcional à alegria de ver quem o criticou ou mesmo quem pensa diferente dele ser derrotado nesse debate.

Há um aspecto na vida do atleta que é a motivação, a psicologia. Dunga foi um bom atleta, um bom jogador. Nunca foi um grande talento, habilidoso, naturalmente dotado para o futebol. Superou tudo isso com dedicação e inteligência para adaptar suas qualidades à exigência do jogo. Encontrou uma maneira de ser útil.

Na entrevista ao Arena, deixou claro que a motivação dele e da Seleção está em fazer o que os outros (no caso a imprensa) duvidam. Disse algo assim: " Falaram que o Braisl não ganhava há 33 anos no Uruguai, que era impossível. Fomos lá e ganhamos. Agora falam que a Seleção nunca venceu quando saiu do Brasil favorita, bem, vencendo. Vamos em busca disso".

Infelizmente, boa parte do trabalho motivacional do atleta, em qualquer parte do mundo, é feita dessa maneira que eu acho meio tosca. "Está vendo, eles não acreditam em você. Vai lá e mostra para eles que você é bom, que você pode". Até hoje é utilizado um método pelos treinadores de futebol, o de colar recortes de jornais nos vestiários para motivar jogadores. "Olha o que o técnico deles disse de você. Vai deixar assim mesmo? Cala a boca dele!!!"

Sempre que o time vence, os atletas lembram dessa motivação. Mas esquecem que no vestiário do perdedor também teve palestra, motivação, psicologia de boteco. Geralmente ganha o time que tem os melhores jogadores.

Dunga faz um bom trabalho na Seleção. Ainda falta a ele a dose salutar de autocrítica - que também falta a boa parte dos jornalistas. Admitir que em alguns momentos o time joga mal - porque é assim, times também jogam mal -, que suas opções foram equivocadas etc.

Mas Dunga mostrou muita elegância no programa em relação a Falcão. Dunga não engole os elogios à Seleão de 82 quando eles andam lado a lado com críticas ao time de 94. Até já disparou algumas farpas contra o sempre elegante Falcão. Durante o programa, Dunga foi educado, respondeu a tudo sem polêmicas inúteis e se despediu com um abraço. Ponto para ele.

segunda-feira, setembro 21, 2009

A reportagem do ano

é de Reginaldo Leme


Todo jornalista trabalha em busca da boa informação, precisa, checada, confirmada. Se ela for relevante, exclusiva, de impacto, é o que chamamos de furo em nosso jargão. Há os furos de maior e menor impacto.

Alguns são de repercussão local, nacional e alguns poucos são de repercussão mundial. Pois o furo do ano no jornalismo esportivo tem dono. A paternidade será sempre creditada a Reginaldo Leme por revelar mais um escândalo na Fórmula 1, desta vez envolvendo a equipe Renault,o dirigente Flávio Briatore e o piloto Nelsinho Piquet, principalmente.

Trabalho de formiga operária, que requer manter segredos, chegar, pesquisar, fuçar e, principalmente, o sentimento de divulgara no momento exato.

Reginaldo Leme, ou Regi para os amigos, é jornalista de quatro costados, repórter dos bons, daqueles que farejam a notícia, não apenas se preocupam em fazer a passagem (outro jargão nosso). Fora isso, é gente da melhor qualidade e merece muito todo esse sucesso e ainda muitos outros que virão.

Parabéns, Regi!!!!
Vacilão 2009

vai pegar fogo



Primeiro foi o Atlético Mineiro, que disparou na largada, mas caiu de rendimento e não soube aproveitar as oportunidades de abrir vantagem. Depois veio o Internacional, alternando grandes exibições e bobeadas históricas.

Chegou o Palmeiras, que ainda se sustenta na liderança há 11 rodadas, mas desperdiçou grandes oportunidades de fazer os concorrentes comerem poeira. Agora foi alcançado, mas não superado, pelo São Paulo, que teve nas mãos a grande chances de retomar a ponta que conseguiu nas últimas três temporadas, mas vacilou feio diante do Santo André.

Por isso Vacilão 2009 seria um bom apelido, brincalhão, é claro, para o disputado, bom e interessante Campeonato Brasileiro da temporada.

Há ainda outras vaciladas pelo caminho. O Grêmio, que só ganhou uma fora de casa. O Corinthians, que ameaçou, ameaçou, e foi chacoalhado pelo Goiás. O próprio Goiás que perdeu pontos preciosos pelo caminho na hora da arrancada.

O bom disso tudo é que o título está aberto, tem vários pretendentes, e a disputa promete alcancançar a última rodada.

Poderá mais quem vacilar menos.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Aumentar a punição

da Lusa seria injusto


Andei lendo notícias de que a Portuguesa, que já perdeu três mandos de campo pelo episódio da invasão do vestiário que redundou nas saídas de Edno e Renê Simões, pode ter sua punição aumentada, ficar mais jogos fora do Canindé e jogar a mais de 100 km de São Paulo.

Acho que, se isso ocorrer, já será exagero. Houve excessos, sim, naquela noite. Como houve excessos em outras situações e em outros clubes. É preciso, também, dar crédito ao clube, que afirma ter afastado os dirigentes responsáveis pela atitude condenável. E também cobrar a Portuguesa para que tal fato não se repita.

Aumentar a punição atingiria os próprios jogadores do time, que foram vítimas na invasão do vestiário. Tudo bem que não precisaria ter ocorrido aquela entrevista com o César Prates, que parecia meio falsa. Mas a Portuguesa merece crédito e não pode pagar sozinha por erros que também acontecem em outros jogos e em outros clubes, como ameaças a juízes, jornalistas etc.
Dá para sentir firmeza em

algum time no Brasileirão?


Campeonato equilibrado, pegado, nenhum time disparou na liderança. Mas entre todos os postulantes ao título nacional de 2009, existe algum em que dá mesmo para sentir firmeza, cravar, apostar?

Qual seria esse time? O Palmeiras que lidera há um bom tempo? O Inter que largou na frente, ficou para trás, mas conseguiu se recuperar? O Galo que cumpriu trajetória parecida com a do Inter e voltou a mostrar força? O São Paulo que pulou de décimo-sexto para terceiro e, de todos, é o que já provou nos três anos seguintes que é time de chegada? O Goiás, muito regular, mas que ainda não deu um grande salto?

Ou o Corinthians, que joga sem pressão e terá Ronaldo em breve? Que tal o Grêmio, imbatível no Olímpico e que ganhou a primeira fora de casa?

Você já sente firmeza em algum time do Campeonato Brasileiro?

segunda-feira, setembro 14, 2009

Vida longa ao maravilhoso

projeto chamado Trivela


Imagine só criar uma revista de futebol no Brasil. Sem "grandes nomes" (apenas sem a fama, poque talento eu explico melhor mais adiante), sem uma grande editora por trás. Pois foi isso que um bando de malucos do bem resolveram fazer há pouco mais de dez anos.

Capitaneados pelo "maluco-mor" Caio Maia, que se juntou ao Ubiratan Leal e a uma galera muito boa de tecla e de cabeça para criar a Trivela, uma revista que, felizmente e infelizmente marcou época.

Infelizmente porque será descontinuada como publicação de periodicidade mensal. Felizmente porque seguirá viva no cyberespaço e em já muito aguardadas edições especiais. A Trivela marcou sua existência impressa por material de grande qualidade, conhecimento futebolístico de primeira linha, sem prepotência, arrogância e muito menos sem a pretensão de ser catedrática.

A jovem equipe provou que talento não tem idade e deixou para a posteridade grandes números. Cito de cabeça o Guia da Copa de 2006, disparado o melhor publicado pela imprensa brasileira.

Tive o prazer de colaborar com a Trivela algumas vezes e a honra de participar da festa de dez anos da revista, num bate-papo com craques amigos como Juca Kfouri, Lédio Carmona e Mauro Cezar Pereira, além, claro, do timaço da revista.

Peguei gosto pela Trivela e carinho pelos caras que a inventaram. Continuarei sendo navegador frequente.

Deixo aqui meus parabéns ao Caio, ao Bira e a todos da equipe com que pude conviver rapidamente. Na edição que está nas bancas assino uma entrevista com Rubens Minelli que espero que esteja à altura do número histórico.

Amigos da Trivela, vocês são maravilhosos. Vida longa e próspera. Papel morre. Idéias, jamais!


Abração do amigo Nori!

domingo, setembro 13, 2009

Embolou tudo

no Brasileirão


Entre erros e acertos, embolou tudo no Campeonato Brasileiro. O líder Palmeiras errou demais contra o Vitória, principalmente na defesa. O vice-líder Inter errou demais diante do Cruzeiro, em Porto Alegre, e perdeu a oportunidade de alcançar a ponta.

No sábado, o São Paulo acertou mais a pontaria do que o Avaí e chegou no Inter, além de estar no vácuo do Palmeiras.

Cada vez mais levanto a bandeira de uma tese que defendo há tempos. Ganha o Brasileiro o time que está na entre os líderes e perde menos pontos para as equipes que estão do décimo-lugar para baixo. O Palmeiras perdeu para o Vitória, que ganhando chegou a décimo-segundo. É a típica derrota que time que pretende ser campeão não pode ter.

Ainda falta tempo e outra tese pode vir a ser confirmada: a do casamento das rodadas. Na configuração, quase sempre casual, quem briga pela taça precisa ver na tabela quando jogará em casa e quando os rivais jogarão fora. Há, ainda, rodadas em que todos os postulantes levarão vantagem teórica.

Resumindo: quem perder menos pontos fora de casa e ganhar mais dentro levará a taça.

Nessa linha, a próxima rodada é favorável ao São Paulo, que joga contra o Santo André sem ser mandante, mas terá 100% da torcida em Ribeirão Preto. O Palmeiras pega o Cruzeiro em BH, e o Inter visitará o Vitória em Salvador.

Se entre erros e acertos se repetir o que vimos no fim de semana atual, no próximo o São Paulo pode ser o líder do campeonato.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Barraco na F-1


Que baixaria essa história da família Piquet com a equipe Renault na Fórmula 1. Saudade dos tempos de cavalheirismo, de gente como Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi. Nem mesmo no auge dos pegas entre Senna e Prost se viu baixaria semelhante.

Não vejo justificativa para que Nelsinho Piquet, por mais que tenha sido pressionado, tivesse contrato etc. provocasse uma batida de propósito. É contra tudo que se chama esporte, competitividade, disputa com lisura.

A F-1 já vinha de sucessivos escândalos, de espionagem, de favorecimento para alguns pilotos. O fato de o segundo piloto dar passagem para o primeiro até se engole, se entende. Agora bater um carro!!!!! E se escapa uma peça como aquela que atingiu o Massa? E se dá alguma coisa errado?

E como Nelson Piquet deixou o filho fazer aquilo? Duvido que ele não tenha consultado o pai. É um sobrenome tradicional da F-1 que está na linha de tiro, uma montadora de renome. Enfim, lamentável, para dizer o mínimo.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Argentina, nas

mãos do Peru


Quis o destino que 31 anos depois do jogo pela Copa do Mundo de 1978, ainda polêmico, no qual a Argentina goleou o Peru e pavimentou seu caminho à final, as seleções se encontrem novamente em um jogo decisivo. Para os argentinos apenas.

Se ganhar do Peru em Buenos Aires a Argentina manterá viva a esperança de ficar entre os 4 das Eliminatórias Sul-Americanas e praticamente assegurará a repescagem. Tudo bem que o time peruano é fraco, mas o que dizer dessa Argentina de Maradona? Além do mais tendo o Uruguai, em Montevidéu, na última rodada.

Amorfa, desmotivada, amedrontada, a seleção vizinha é uma pálida amostra de um futebol poderoso. Falta a Maradona como técnico quase tudo que sobrava no jogador. Dieguito com a bola nos pés era instinto puro, magia, centelha. Maradona treinador está perdido, porque não pode entrar em campo e resolver sozinho. Ele nunca precisou de tática, de treino. Seu jogo era de inspiração.

A Argentina ainda tem jogadores para virar esse quadro. Tem história, hierarquia. Vai precisar recuperar a mística. Mudar de técnico resolveria? Talvez, só se o melhor treinador argentino da atualidade aceitar o desafio. O nome: Carlos Bianchi. Se ele aceitaria? Só ele pode responder, se o suposto convite surgir.
Tem vaga para mais

alguém na Seleção?


Tava pensando ontem, vendo o Brasil ganhar do Chile, se tem alguma posição aberta na Seleção, se alguém que não foi chamado merece ser, se há testes a serem feitos.

Eu acho que a lateral esquerda não tem dono ainda. Também não estou convencido de que a dupla de volantes ideal seja Gilberto Silva e Felipe Melo. Mas ambos devem ir. Felipe é esquentadinho como o chefe e pode botar a perder uma classificação num jogo eliminatório.

Robinho também não me convenceu como titular. Tem jogado muito no nome.

E vocês, o que acham? Quem falta, quem ainda tem chance? Ou o grupo é esse?

quarta-feira, setembro 09, 2009

Campeões mundiais

na hora da verdade


A Celeste Olímpica e a Argentina vivem dramas no futebol só comparáveis à eterna disputa pela paternidade do Tango e de Gardel.

O Uruguai, a primeira grande potência do futebol, vive um processo que parece irreversível rumo à decadência final. A Argentina ainda produz craques em boa quantidade, mas tem um Messi tímido, fugindo da raia na hora de assumir a responsabilidade, e um Maradona que é tão fraco como técnico como foi gênio com a bola nos pés.

Dois tangos ruins, mal executados. O Uruguai está distribuindo ingressos para lotar o Centenário diante da Colômbia (comento esse jogo a partir das 18hs, com o amigo Eduardo Moreno, no SporTV). A Argentina sonha com um arroubo de genialidade de Messi para compensar a falta de gênio de Diego, o roedor de unhas, no banco. Tudo isso diante de um Paraguai arrumadinho, consistente, e que sonha com a oportunidade de despachar o rival.

Só sei que a Copa terá muito mais graça se Uruguai e Argentina estiverem na África do Sul. Se estarão começaremos a saber hoje.

domingo, setembro 06, 2009

Parabéns, Inter!!!


Que jogo fez o Inter na vitória sobre o Avaí por 2 a 0! Houve eficiência, espetáculo e competitividade em doses perfeitas. O Inter jogou o segundo tempo inteiro com um jogador a menos e mesmo assim manteve mais de 60% de posse de bola - item em que chegou a ter 72% na etapa inicial.

Mesmo terminando o jogo com dois a menos, o time gaúcho ganhou com autoridade de quem quer e pode ser campeão nacional. E ganhou do Avaí, que tinha cinco vitórias seguidas como mandante.

Pelo jeito, o bicho vai pegar mesmo entre Palmeiras, Inter e São Paulo, com o Corinthians correndo por fora.
Parabéns, Rogério Ceni!!!

Pelo que representa como atleta para seu clube e para o futebol brasileiro, Rogério Ceni marcou seu retorno após uma maré de azar com uma atuação primorosa que garantiu a importante vitória do São Paulo sobre o Cruzeiro, de virada.

Rogério segurou o Cruzeiro quando o time mineiro sufocou e pavimentou o caminho da virada. Com ele em forma o São Paulo fica ainda mais forte.
Parabéns, Dunga!!!!!


Não se ganha da Argentina, lá, a toda hora. Ainda mais por 3 a 1 e de forma categórica. O Brasil, como já se sabia, chega a mais uma fase final de Copa do Mundo. O que importa é que chega com um time pronto. Goste-se ou não de Dunga, que eu sigo achando que pela ordem natural das coisas não deveria ser o técnico da Seleção. Mas o que eu acho não pode ser mais importante do que os fatos.

E os fatos mostram uma Seleção Brasileira forte, competitiva, séria e concentrada. Que vem melhorando de forma consistente e tem grandes jogadores em grandes fases. Kaká jogou demais contra a Argentina, ofuscou Messi. Luis Fabiano é dos melhores centroavantes do mundo. Júlio César é decisivo. Elano, um jogador fundamental nos dias de hoje, taticamente versátil e muito bom nas cobranças de falta e jogadas ensaiadas.

Em relação ao treinador Maradona, Dunga fala menos e trabalha mais - e melhor. A Argentina é um arremedo de time, mesmo tendo muitos bons jogadores. A defesa é horrorosa. Mas dá para fazer coisa muito melhor do que faz Maradona. Ou será que o técnico do time é o Mancuso? Porque Dieguito, de quem sou fã declarado, ontem só engoliu um banquete de unhas, regado a chocolate brasileiro.


Parabéns, Muricy!!!

Diz-se por aí, e eu não concordo, que Muricy Ramalho é um técnico que não sabe mexer nos times que dirige. Pois ontem renovei minha convicção de que ele sabe, sim. O Palmeiras sofreu para ganhar do Barueri por 2 a 1 e só ganhou porque Muricy mexeu - e bem - no time.

O que fez Muricy? O time jogava com uma linha de 3 zagueiros, Danilo, Marcão e Maurício, com Souza tentando fazer a função de volante e de ala pela esquerda. Não conseguiu. Marcão também fazia, ou tentava, o híbrido zagueiro/ala. Sem sucesso. O time tinha dificuldades na saída de bola, que era bem marcada pelo competente Barueri.

Muricy mexeu no time sem falzer alteração. Começou o segundo tempo com Marcão de ala, e Edmílson de líbero, coordenando a saída de bola mais de trás, com Souza marcando no meio. O time melhorou e conseguiu um resultado importantíssimo.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Resposta ao internauta


Mais especificamente ao internauta identificado como Pedro Vilella. Caro amigo, acho que você confundiu o significado dos termos parcial e imparcial em sua argumentação. Ao citar um exemplo do estadual mais rico como dado, apenas mostro que se acabarem com os estaduais - o que sou contra, se é que você leu sem preconceito - o que vão fazer da vida dezenas de times?

Os estaduais são talvez a fonte de sobrevivência de muitos times e a única competição de muitas torcidas. Acho que quem vislumbra um futebol brasileiro sem campeonatos regionais é elitista e esquece que o futebol é universal, para grandes e pequenos, dentro de suas realidades.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Outra para pensar antes

de mexer no calendário


Sigo minha caminhada em defesa dessa tese de que mexer no calendário do futebol brasileiro será inútil e pode até piorar as coisas. Estão jogando a discussão pra debaixo do tapete sob argumentos de um torcedor privilegiado, o presidente da República. Debater a - quase sempre péssima - gestão dos clubes brasileiros ficou em segundo plano.

Mais dois dados para se pensar antes de fazer o relógio biológico do nosso futebol funcionar como se estivesse na Europa.

Na "janelinha" de fim de ano saem apenas 10% a menos de jogadores brasileiros para as 5 maiores ligas européias. Veja bem, apenas 10% a menos.

Outro dado. Um grande clube paulista fatura de R$ 15 a R$ 17 milhões com o Campeonato Paulista. Vai faturar isso em excursões pela Europa quando?

quarta-feira, setembro 02, 2009

Para pensar antes de

mudar o calendário


Se houver mesmo a mudança do calendário, proposta defendida por muita gente, mas da qual sou combatente assumidamente contrário, algumas situações podem se apresentar. E ninguém parou para pensar ou, no mínimo, debater sobre isso.

Entre outras coisas, poderá ser necessário realizar dois Campeonatos Brasileiros na mesma temporada para se adequar o calendário. Um só para classificar os times para a Libertadores da temporada seguinte, e outro para ser o do novo calendário propriamente dito. Com isso, um time passaria apenas seis meses na Série A se tivesse conseguido o acesso e viesse a cair em seguida. O mesmo valeria para um time que fosse rebaixado.

Haveria jogos na antevéspera de Natal e, provavelmente, no dia 1 de janeiro. Com a precariedade do nosso transporte aéreo, já imaginaram times das Séries A e B cruzando os céus do País em plena alta temporada de verão? Pode ter muito WO.

O auge da competição será disputado em plena temporada de férias e de menor atividade econômica do País.

Enfim, é um ponto de vista de alguém que é contra a adequação do nosso calendário ao europeu e não tem medo nem vergonha de assumir isso abertamente.

terça-feira, setembro 01, 2009

Timão Centenário


Começa hoje a contagem regressiva. Cem anos de uma paixão. Parabéns aos corintianos de todo o mundo. A torcida que tem um time. Não se pode medir paixão pelo tamanho da torcida. Cada torcedor ama seu clube como pode, do seu jeito. O corintiano tem a sua maneira toda particular. Sofre, ama, briga.

Neste caminho rumo ao dia do centenário dos corintianos, lembro-me de uma cena que vi em 2007, quando o time viveu o drama do rebaixamento. Antes de um jogo contra o Atlético Paranaense, no Pacaembu, vi um grupo de senhores, todos já bem passados dos 50 anos. Segundos antes de a bola rolar, eles se abraçam nas numeradas do Pacaembu, às lágrimas, e rezam juntos pedindo a São Jorge para evitar o que era inevitável.

No ano seguinte vi o mesmo grupo se reunir alegremente no Pacaembu, para celebrar as vitórias do time na Série B. Alegres, felizes, comungando da paixão.

O Corinthians, como todo grande clube brasileiro, é muito maior do que as pessoas que o administraram na maior parte de sua gloriosa história. Está fadado é ser ainda maior do que já é.

Quis o destino que o primeiro adversário do Timão no caminho do centenário fosse o Santos, o algoz de onze anos de tabu, de Pelé, que sempre judiou muito do Corinthians.

Estarei no Pacaembu para comentar esse jogo e presenciar a festa que a Fiel deve fazer para celebrar os 364 dias que faltam para completar o século de existência do seu motivo de vida.
Gil, Cerezo, Cruzeiro...


Estarrecido, vejo no Redação SporTV a brilhante reportagem de Fernando Saraiva sobre o Brasil x Argentina da Copa de 1978. O que foi aquele bate-boca entre Gil e Toninho Cerezo? Mais de 30 anos depois destilar essa mágoa é algo que parece fora de propósito. Uma pena ver dois ídolos do passado falando sobre isso na TV. Mais um ponto para o amigo Saraiva e sua capacidade de arrancar boas declarações.

O internauta amigo Jesus The Lord me corneta por não ter falado do Cruzeiro no post anterior. Falo agora. O Cruzeiro pensa muito grande na sua estrutura, maravilhosa, vanguardista. Mas fez uma opção de gerenciamento, isso quem disse foi Zezé Perrela, o presidente, no dia da final da Libertadores. O Cruzeiro vende jogadores e por isso tem a estrutura que tem, paga em dia, não atrasa salários. Mas vende muito e desmancha grandes times.