quarta-feira, maio 30, 2007

? é = Seleção Brasileira


Calma que ainda não pirei. A fórmula matemática acima proposta é para tentar mostrar que a fóruiA Seleção Brasileira virou uma enorme interrogação para mim. Não consigo entender qual a intenção da CBF ao chamar Dunga para ser o técnico e ainda não pude captar o que pensa o treinador em seu novo ofício. Afinal, Dunga ainda não tem um jogo oficial como treinador e já assumiu a Seleção Brasileira!!!!
As convocações não chegam a ser surpreendentes, revolucionárias. São, como quase todas as outras, algo confusas, é difícil encontrar ali um critério. Tem gente que é chamada uma vez e não volta mais. Outros aparecem em uma lista, não jogam, e voltam na chamada de pré-convocados para a Copa América.
A Seleção é forte? É boa? Ruim? Inexperiente? De transição? Aposto que ninguém, nem mesmo o Dunga sabe. Talvez durante a Copa América se desenhe um pouco do pensamento futebolístico do treinador Dunga. E apareça o que deve ser a nova Seleção Brasileira, partindo-se do pressuposto de que muita gente que esteve em campo em 2006 talvez nunca mais vista aquela camisa.
O que eu vejo, conversando com as pessoas, profissionais ou não do futebol, da comunicação, é que a Seleção Brasileira parece estar hibernando no inconsciente das pessoas, dos torcedores. Parece algo distante, de que nos lembramos de vez em quando. Aquele parente que era muito próximo, grande amigo na infância, mas que o tempo e o dia a dia acabaram afastando.
Quem sabe não foi por isso que o Dunga foi contratado? Ele parece ter sempre olhado para a Seleção como algo especial, que estivesse no patamar máximo em termos de futebol.
Eu ainda tenho na lembrança uma Seleção Brasileira cuja conovcação provocava acaloradas discussões no recreio da escola, cada um defendendo seu ídolo. E que nas noites de quarta-feira jogava para um Maracanã quase sempre lotado e dificilmente perdia.
De repente, eu não me lembro quando foi a última vez em que a Seleção Brasileira jogou no Maracanã. Talvez isso ajude a explicar um pouco dessa transição.
E que venha a Copa América, pra gente tentar descobrir, afinal, o que é a nossa Seleção.

segunda-feira, maio 28, 2007

O FRIO ESPANTOU OS GOLS

Acho que dei azar na última escala, porque comentei dois jogos sem gols. Um deles, Corinthians e Atlético Mineiro, foi bem legal, divertido, movimentado. Já o clássico São Paulo e Palmeiras foi horroroso, uma pelada marcada pelo medo de perder de ambas as partes. Será que o frio espantou os gols? Afinal, a média do Brasileirão despencou para menos de 1,5 gol por partida.
É muito cedo para conclusões ou projeções, mas alguns perfis começam a se desenhar nesse Brasileiro. Corinthians e Galo, por exemplo, parecem times de juniores. Correm o tempo todo, são entusiasmados, mas falta um toque de experiência e (por que não?) de classe. Alguém que saiba dosar o ritmo e não transforme velocidade em pressa. O time mineiro parece mais técnico, de toque de bola. O Corinthians tem jeitão de contra-ataque, sempre correndo, tentando surpreender o adversário. O alvinegro paulista precisa de bons laterais para ter mais opções de saída de jogo, porque atualmente só William (muito talentoso) faz isso. O Galo carece de um armador eficiente para fazer com que a bola chegue a Galvão, Éder Luís e Danilinho.

CLÁSSICO NOTA ZERO

Agora, falar o quê de São Paulo e Palmeiras? Um festival de erros, de chutões e falta total de concentração. A começar do juiz Sálvio Spinola, que deveria ter expulsado o Edmundo naquela entrada no Miranda. E passando por todo mundo. O São Paulo estava fora de sintonia, sem saída de bola. Muricy percebeu e recuou Josué, formando uma linha de quatro defensores. E nem assim, com um baita espaço no meio e três atacantes, o Palmeiras tomou a iniciativa de agredir. Ficou evidente que, para ambos, o empate era um grande negócio. Manteria o alviverde entre os líderes, invicto, e apagaria o fogo dos cardeais corneteiros do Morumbi. Na cabine achei que foi pênalti do Martinez no Dagoberto. Depois, vendo com calma as imagens, achei que não. Já ouvi são-paulino dizer que não foi e palmeirense dizer que foi. Enfim, não ficou claro.
A conclusão que me provoca o jogo é de que o Palmeiras evoluiu desde o Paulista. É um time que comete menos equívocos, sai jogando melhor. Mas tem um ataque sem grande presença, que depende muito de Edmundo e Valdívia. Pierre é um bom marcador e Martinez ainda é muito lento, embora seja técnico. A defesa está mais segura, mas é uma equipe que ainda carece de maior poder de intimidação, de capacidade de sufocar o advesário.
O São Paulo empacou. Desencaixou como time. Perdeu duas características fundamentais: a saída de bola rápida e consciente e a marcação forte no início da jogada do adversário. Praticamente todos os jogadores caíram de produção, exceção feita ao cada vez melhor Josué. Muricy deve estar coçando a cabeça para buscar um parceiro que faça justiça ao futebol do baixinho. Tentou Frédson, Souza, Richarlyson, agora aposta em Hernanes, que me parece regular, nada mais que isso. O ataque é outro problema. Borges e Marcel não disseram a que vieram, produzem pouco. Aloísio ainda é o melhor, e Dagoberto precisa de ritmo de jogo. A zaga ainda me parece o ponto forte do time, com Miranda e Alex Silva, já que André Dias está em fase mais ou menos. Ilsinho anda mal e Jorge Wagner ainda não pegou no breu. A questão que fica é sobre o elenco. Será que é tão bom como todos achavam e o Tricolor sempre acreditou? Ontem, por exemplo, não havia zagueiro no banco e as opções eram Frédson, Jadílson, Richarlyson, Marcel. Tirando o Souza, apenas jogadores comuns. Já recebi mensagens de são-paulinos que acham que o elenco não é a maravilha que pensavam. Em quantidade é bom, mas e em qualidade? Muricy também não é milagreiro.

* E o Paraná assumiu a liderança. Será que tem fôlego para ir assim até o final? Em 2006 conseguiu, chegou até a Libertadores.

* Quarta-feira tem a primeira perna do confronto do ano, Grêmio e Santos, provavelmente numa Porto Alegre gelada. Os dois melhores times do semestre se pegam. Quem passar será o finalista brasileiro da Libertadores. Tomara que seja contra o Cúcuta, porque o Boca é...o Boca. A dura realidade para os grandes brasileiros é que o Boca Juniors, como um todo, é maior e mais forte que qualquer dos nossos times.

quinta-feira, maio 24, 2007

E SE O MILAN JOGASSE O
CAMPEONATO BRASILEIRO?


Óbvio que a pergunta é uma hipótese impossível de ser considerada, mas rendeu uma boa discussão de cafezinho nesta quarta-feira, enquanto acompanhávamos eu, Milton Leite, Cléber Machado, Carlos Cereto, Telmo Zanini e Tiago Biasoli a final da Liga dos Campeões da Europa. O Milan festejava e nós enfrentávamos o frio paulistano aos goles de chocolate quente e café, quando pintou a discussão.
Sempre afiado, Milton Leite disse que, se o Milan jogasse o Brasileirão em pontos corridos abriria 15 pontos de vantagem sobre a concorrência. Eu e Cléber discordamos e achamos que seria muito equilibrado. Desenvolvo agora a minha tese. O Milan tem um grande time, é claro. Mas penso que, na hipótese de vir jogar o Brasileirão, poderia até vencer, mas não levaria toda essa vantagem e também não cravo que venceria. Porque o nivelamento do futebol atualmente é muito grande. O Milan, o Liverpool, enfim, os grandes times europeus, não são muito melhores que os bons times brasileiros do momento. Podem até ser melhores por terem, como o Milan, um grande craque brasileiro no auge, como o Kaká. Mas acho que Grêmio e Santos, hoje os melhores do Brasil, encaram de igual para igual.
A diferença econômica pesa a favor dos europeus, é óbvio. Mas em termos de preparo físico, condição técnica e tática, os grandes times brasileiros estão muito perto dos europeus, penso eu. Além disso, há muitos jogadores de bom nível que atuam em potências européias que são supervalorizados pelo glamour de jogar num Milan, num Manchester.
Não estou querendo afirmar que só brasileiro sabe jogar bola, longe disso. O Gerrard, do Liverpool, acho que seria titular da Seleção Brasileira hoje. Assim como o Henry, do Arsenal. Mas vejo o Lucas, do Grêmio, como um volante quase tão bom quanto o Gerrard e que, seguindo sua evolução, fatalmente será melhor. Assim como o Josué, do São Paulo, e o Rodrigo Souto, do Santos, são muito melhores que o Gattuso. Isso apenas para ilustrar essa discussão que gerou boas teses de cafezinho.
Por isso, fica aqui a pergunta: E SE O MILAN JOGASSE O BRASILEIRO?

A SEMIFINAL QUE PODERIA SER A FINAL

A Conmebol virou a mesa na Libertadores de 2007. Grêmio e Santos poderiam fazer a terceira final brasileira seguida, mas aquela mudança mandrake do regulamento, depois de o mesmo já ter sido publicada, foi feita exatamente para evitar isso. A pressão é enorme, principalmente por parte dos clubes argentinos, que sabiam que, novamente, seria difícil impedir uma chegada de dois brasileiros. Conseguiram virar a mesa. Por isso, Santos e Grêmio terão de se enfrentar nas semifinais. Sem a virada de mesa, seria Santos x Cucutá e Grêmio x Libertad ou Boca.
O Grêmio, por sinal, fez outra virada épica. Já merecia ter feito 3 a 0 no tempo normal de jogo, mas esse time, esse clube e essa torcida parecem gostar de emoções mais fortes e se alimentam disso. A cada dia o time fica mais competitivo, a torcida mais orgulhosa e é sempre mais complicado ganhar desse Grêmio do Mano Menezes.
O Santos atropelou o razoável time reserva do América. Fico feliz pelo Jonas ter se recuperado da bobagem no primeiro gol, porque o considero um jovem talentoso. Acompanhei seu surgimento comentando jogos do Guarani na Série B de 2005 e sei que tem potencial para ser um dos bons atacantes brasileiros. Agora, o grande achado do Santos e, de novo, é preciso reconhecer o olho clínico de Wanderley Luxemburgo, chama-se Rodrigo Souto. É hoje o jogador mais regular e taticamente mais importante do time.
Será de arrepiar essa semifinal que a virada de mesa provocou.

terça-feira, maio 22, 2007


MAIS COPA AMÉRICA.
E A SABEDORIA DE UM
TORCEDOR BRASILEIRO

Tomo a liberdade de reproduzir aqui o e-mail enviado pelo amigo Marcelo Rayel. É uma visão interessante e inteligente sobre como o torcedor brasileiro e o torcedor europeu analisam o nosso futebol, o brasileiro, e também o sul-americano. Vale a pena ler.



Prezado Noriega,

A questão da Copa América é um assunto brasileiro. E mal resolvido...O brasileiro, e somente ele, diminui a Copa América.A última Copa América foi exibida quase que na íntegra para o Reino Unido. Inclusive produziu no The Talk do jornal inglês The Guardian um fórum só para ele, feito pelos próprios leitores, quase todos eles ingleses.Há um cidadão espanhol que participa do The Talk que encheu a paciência por causa do clássico Santos X São Paulo, na Vila Belmiro, pelo Paulistão desse ano. Para ele, que assistiu ao jogo que foi transmitido para a Espanha, era o grande confronto futebolístico do ano.Isso sem contar um monte de fóruns internacionais que eu participo onde o pessoal me enche a paciência, já que eles não entendem porque o Libertad faz frente ao Boca.Ou seja, o futebol Conmebol é exibido na Europa e amplamente assistido por quem realmente precisa dar apoio: o verdadeiro torcedor de futebol europeu. O Zé Povão. São eles que movimentam as transmissões para a Europa, são eles que amam o futebol tanto quanto nós.O que faz cada vez mais não entender porque o brasileiro diminui tanto a Copa América se os europeus assistem sem essa de que é país pobre ou o que seja, sem o menor preconceito, apenas pelo prazer de se assistir a um bom jogo de futebol.O europeu, nesse particular, tem mais entendimento e é bem menos preconceituoso do que o sulamericano. Quando há algum europeu descendo a lenha na Copa América, pode acreditar que é dor-de-cotovelo em ver tantos craques reunidos.É o caso das próprias estações de TV produzirem vinhetas e chamadas para a Copa América tão ou mais sedutoras quanto às das eliminatórias da Eurocopa. Tipo as chamadas para o Campeonato Brasileiro ou Brasileirão Série B que é extremamente bem-humorada.O que eu vejo é uma tremenda má vontade por parte das TVs e rádios brasileiras com a Copa América e uma assustadora boa-vontade com a Eurocopa. Tudo totalmente contra a atitude do Zé Povão europeu, em especial o inglês.

segunda-feira, maio 21, 2007


LEMBRANÇAS, RECORDES E

O BRASILEIRÃO BOMBANDO

Lembro-me como se fosse hoje do dia em que vi pela TV João do Pulo saltar para a história marcando 17m89, no Pan da Cidade do México, em 1975. Eu tinha oito anos, era 1975, e por algum motivo estava em casa, acho que uma gripe qualquer, e vi um recorde mundial nascer. Já estou batendo à porta dos 40 e neste domingo Jadel Gregório superou os 17m89 de João do Pulo, marcando 17m90. Não é recorde mundial, mas ajuda, e muito, a lembrar e a reverenciar João Carlos de Oliveira.
Tive a felicidade de conhecer, de entrevistar João do Pulo, uma figura simples, pura, que se transformou em mito do esporte e que nos deixou prematuramente, transformando-se em estatística da violência no trânsito. Assim como tive a honra de ser amigo de Adhemar Ferreira da Silva, nosso maior atleta. Figuras emblemáticas e que precisam ser lembradas agoar que o Pan se aproxima.
Como fez, com humildade e a devida reverência, Jadel Gregório. Trinta e dois anos depois ele superou a marca de João do Pulo, mas lembrou do mestre. Tenho certeza que entre os milhares de paraenses que gritaram por Gregório em Belém saltava, feliz da vida, o espírito alegre de João Carlos de Oliveira.


AS LUZES DO INÍCIO DE BRASILEIRÃO


LUZ VERDE - Para Atlético Paranaense, Vasco, Palmeiras, Corinthians, Paraná e Botafogo. Começaram com tudo, aproveitando a fase de acertos e desacertos de alguns teóricos favoritos. Resta saber até onde terão fôlego, assim como todos. Mas trata-se de um belo começo.
O Furacão movido a Dênis Marques e Alex Mineiro tem tudo para transformar a Arena num autêntico alçapão. O Vasco tem como grande vantagem o fato de correr por fora, discreto, sem chamar muito a atenção, o que pode ser vantajoso. O Palmeiras tem Valdívia e Edmundo, jogadores de um nível que poucos times têm. O Corinthians aposta na força de seus garotos e numa dupla de ataque muito interessante: Everton e Finazzi. O Paraná pinta como uma boa surpresa, e o Botafogo confirma a boa fase.

LUZ AMARELA - São Paulo, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio, Sport, Náutico, América. Há duas características para a luz amarela. Uma, ascendente. A outra, de preocupação. A de preocupação pisca para o Tricolor paulista, em fase de transição, ainda buscando uma nova cara. Assim como para o Sport, muito forte na estréia em casa e muito frágil fora. O mesmo vale par ao Galo mineiro, que espera Zetti para buscar o equilíbrio. Flamengo, Grêmio, Náutico e América brilham com o amarelo ascendente, recuperando-se, mostrando superação e valentia na segunda rodada.

LUZ VERMELHA - Santos, Fluminense, Goiás, Figueirense, Internacional, Cruzeiro, Juventude.
O Santos deu as costas para o Brasileirão e isso não se faz. Já começa o campeonato proibido de perder. O time reserva mostrou que é só isso, reserva. E a pressão pelo sucesso na Libertadores aumenta. O Fluminense faz o mesmo pensando na Copa do Brasil. Pode pagar caro, a exemplo do Figueirense. O Cruzeiro parece um bando, um time sem rumo que precisa se corrigir urgentemente. O Juventude está fraco, muito fraco. Assim como o Goiás. O Inter faz uma aposta de alto risco com um treinador novato e precisa buscar inspiração em 2006 para não ter pesadelos em 2007.

ROMÁRIO NO PAN!!!!!!

O Baixinho realizou seu sonho e como diz a música, sonhos não envelhecem. Gols pertencem a quem os faz, não cabe a mim julgar isso e dou meus parabéns ao Romário pelos mil. Seria muito bom vê-lo se despedir da Seleção Brasileira em meio aos garotos do time Sub-17 nos Jogos Pan-americanos. Passagem de bastão.

quinta-feira, maio 17, 2007


A COPA AMÉRICA MERECE RESPEITO


Essa onda da globalização pode ter seu lado positivo, mas acaba levando com sua - parece - inevitável - maré muita coisa legal. Com isso, nós, brasileiros, que somos latino-americanos (pelo menos eu com muito orgulho) temos umas recaídas pra lá de esquisitas e ficamos metidos a besta. A maneira com que algumas pessoas pora qui tratam a Copa América, a principal competição de seleções do futebol sul-americano, é uma delas.
Claro que a Eurocopa é um baita de um evento, mas será preciso deixar a Copa América em segundo plano? Eu acho que não. Primeiro, é preciso respeitar as diferenças. A Eurocopa é disputada por seleções de países europeus muito, mas muito ricos. A Copa América é disputada por dez países sul-americanos e alguns convidados, todos eles, exceção feita aos Estados Unidos, pobres, muito pobres.
A Copa América reúne três das maiores potências do futebol em todos os tempos: Brasil, Argentina e Uruguai. São nove Copas do Mundo. E coloca em campo o futebol que é o maior exportador de pé de obra (como diria o Mauro Beting) do planeta: o da América do Sul.
A história da Copa América é recheada de grandes acontecimentos do futebol, batalhas memoráveis, craques inesquecíveis, viradas quase impossíveis. E muitas vezes o torcedor brasileiro, com essa mania de olhar apenas para fora, para a Europa e seu futebol comprador e milionário, esquece de tudo isso.
Não se trata de malhar a Eurocopa para falar bem da Copa América. Mas também eu não engulo a história de que a Copa América é uma porcaria. Por que não é. Poderia ser melhor? Talvez sim. A data poderia ser outra? Poderia. Mas a Copa América nunca será a Eurocopa. Porque nós somos a América Latina, não somos a Europa. Não adianta esperar estádios padrão Velho Mundo para países que vivem com o pires na mão e os bolsos furados. Cada um no seu cada qual, diria o outro.
Tecnicamente, também não há nenhuma diferença brutal entre as competições. Porque na Copa América temos Brasil e Argentina, o que puxa a corda brutalmente para o lado latino. Na Europa, já tivemos zebras monumentais como Dinamarca, República Tcheca e Grécia. Pode servir como argumento de que há mais equilíbrio e competitividade. Ou também pode mostrar que os bichos-papões europeus não são assim tão bichos-papões. A Inglaterra, por exemplo, nunca foi campeã européia. A Itália foi apenas uma vez, assim como a "poderosíssima" Espanha.
Do nosso pobre lado do globo, Uruguai e Argentina venceram 14 vezes e o Brasil, 7. Isso sem contar que a Copa América existe desde 1916, e a Eurocopa começou em 1960.
Enfim, é bom tomarmos um banho de realidade do que é nosso continente, nossa rotina, a nossa pobre mas orgulhosa América Latina, curtindo a Copa América. Depois podemos até invejar a organização e riqueza da Eurocopa. Mas eu sempre gosto de pontuar essas diferenças, sem menosprezar quem tem menos condições e também evitando supervalorizar quem consegue tudo mais fácil.

segunda-feira, maio 14, 2007


COMEÇOU O BRASILEIRÃO
DO TUDO PODE ACONTECER


A bola rolou pelo Brasil e o começou foi animador: 39 gols, média de 3,9, coisa que só acontece por essas bandas. Não tenho bola de cristal e não é do meu estilo esse lance de querer profetizar na primeira rodada o que vai acontecer com cada time. Tipo cravar "esse time não chega a lugar nenhum", "equipe B é candidata ao título" etc.
Em cinco anos de pontos corridos, o atual tende a ser o mais equilibrado dos Brasileiros. A distância entre o, teoricamente, melhor time e o pior é cada vez mais curta, reduzida. A maioria dos times ainda se acerta, alguns buscam treinadores e outros podem perder o comando em breve, como sempre ocorre. A diferença é que não salta aos olhos uma enorme superioridade por parte deste ou daquele time. Ainda que Santos e São Paulo tenham bons times e elencos, e que Botafogo e Palmeiras tenham começado de maneira empolgante. Atlético Paranaense, Paraná e Sport construíram boas vitórias, mas contra times mistos ou reservas, o que impõe um asterisco à análise.
Será que Flamengo e Internacional, dois bons times, foram contaminados pelo baixo astral? O que esperar do Corinthians, limitado, mas muito brigador? E do Galo, que virou na última volta do ponteiro (essa é velha!!!!) em cima do esforçado Náutico?
Defendo a seguinte tese: para se ter uma idéia do que vem por aí, do que pode ser o campeonato, é preciso esperar dez rodadas. Porque dez? Porque com 30 pontos em disputa, praticamente todos os times já terão jogado dentro e fora de casa mais de uma vez e feito um clássico regional. O que ajuda a ter uma medida do poderio de cada um.
Outras perguntas ainda serão respondidas dentro de campo. Como será o Santos se, realmente, perder ZéRoberto? O São Paulo será o da convicção de Muricy no Paulista e na Liberadores ou o time mexido que ganhou do Goiás? O Grêmio da Libertadores entrará em campo quando no Brasileiro (assim como o Santos)? Fluminense, Figueirense e Botafogo farão revezamentos pensando na Copa do Brasil?
Para mim, fica apenas a certeza, que vem de muito tempo, de que não existe campeonato mais disputado e equilibrado que o Brasileiro. E mesmo em termos técnicos, pela quantidade de clássicos (afinal, temos 12 equipes grandes, pelo consenso geral, contra 2 ou 4 das grandes potências européias), o resultado é imprevisível.
Que pelo menos a média de gols seja mantida até que tenhamos uma idéia mais clara do que está por vir.

quinta-feira, maio 10, 2007


GRÊMIO E BOCA NA BOA.

O SANTOS É O PRÓXIMO


Grêmio e Boca Juniores fecharam a superquarta da Libertadores como favoritos ao título. O Santos, hoje, deve confirmar sua passagem ante o Caracas e completar o trio. Pelo que vi até agora da competição, esses dois brasileiros e o time argentino formam os melhores conjuntos.
O Grêmio passou pelo São Paulo sem deixar margem a qualquer contestação. Fez um primeiro tempo perfeito em se tratando de Libertadores. Abafou o adversário, não perdeu divididas, ganhou todos os rebotes. Fez um gol que jogou por terra a vantagem e a teórica tranquilidade do São Paulo.
No segundo tempo, o tricolor paulista teve mais posse de bola, ensaiou uma pressão, mas criou pouco. A melhor oportunidade veio num escanteio que quase vira gol. Jorge Wagner e Dagoberto melhoraram o time, mas não o suficientes para incomodar o Grêmio que, mesmo chegando pouco, era sempre mais perigoso. E, de novo, num rebote ganhou à frente do gol, o tricolor gaúcho fez 2 a 0 e sacramentou sua classificação.
Dois aspectos chamam a atenção na classificação gremista: 1) Lucas, o melhor do time, não jogou; 2) Lúcio, um dos mais fracos, jogou muito.
Isso mostra que o Grêmio, como time, está se acertando no momento correto. Diego Souza é um talento promissor, assim como o zagueiro William. E o time sabe exatamente o que faz em campo, o que atesta a competência de Mano Menezes.
O São Paulo caiu mas segue forte. Resta saber se a propalada tranquilidade que vem da direção do clube será repassada ao gramado. Fato é que o time caiu de produção. Alguns jogadores despencaram. Entre eles Souza, Leandro, Ilsinho e Jadílson. Mudanças devem ocorrer em breve. Mas não se trata de trocar de técnico (o que é perfeitamente possível na terra dos cartolas brasileiros). O São Paulo precisa refazer o time, o que até já vinha fazendo, mas em fogo brando. Agora terá de fazê-lo sob a ameaça da fritura.

O PAPA E O FLUMINENSE

É sabido no mundo do futebol que o Fluminense tem uma relação especial com o falecido papa João Paulo II. Teve camisa abençoada, música cantada em homenagem ao pontífice e ao clube. Pois não é que no dia em que outro papa, Bento XVI, chega ao Brasil, o Fluminense praticamente renasce e consegue se classificar na Copa do Brasil, ganhando por 1 a 0 do Atlético Paranaense, em Curitiba? Pra quem gosta de coincidências, taí uma digna de botafoguense.

LEONARDO

Participei do Arena SporTV de quarta-feira, que teve como convidado o ex-jogador Leonardo, hoje dirigente do Milan. Uma aula de conhecimento do futebol dentro e fora dos gramados. Se Leonardo um dia fizer escola, estará se abrindo um caminho para o fim dos cartolas e o início de uma nova era de dirigentes esportivos no Brasil.

TEMPORADA DE BAGUNÇA

O Campeonato Brasileiro nem começou e a dança dos treinadores já anda a todo volume. Se os estaduais deveriam servir como pré-temporada, já mudaram de propósito. No sucesso ou no fracasso, é difícil que a maioria dos times mantenha o que foi planejado em janeiro quando se alcança maio. Imagine quando estivermos em novembro.

segunda-feira, maio 07, 2007


GRANDES CAMPEÕES!
E VEM AÍ O BRASILEIRO!

Antes de mais nada, parabéns a todos os campeões estaduais pelo Brasil afora. Infelizmente, é impossível ver todos os jogos, acompanhar todas as festas, mas eu acho que os torneios estaduais ainda dão um bom caldo, fazem parte da cultura futebolística brasileira. Precisam apenas de alguns ajustes, uma adeqüação a sua real importância.
Trabalhei na vitória do Santos sobre o São Caetano. Justíssima, por sinal. Desde o início o Santos não deu espaço para o São Caetano respirar, se impôs como time grande e fez prevalecer sua maior técnica. Zé Roberto jogou muito, mas acho que taticamente Rodrigo Souto foi fundamental, um gigante na marcação no meio-campo.
O São Caetano foi tímido, uma pálida lembrança do time que venceu o São Paulo e o próprio Santos. E agora terá de se virar para conter o desmanche. Curioso é que o time jamais sonhou com a chegada a uma decisão (quem afirmou foi o próprio técnico), estava pensando na Série B. E veio o sucesso no meio do caminho, que agora vai atrapalhar todo o planejamento. Menos mal que o clube fará algum dinheiro.
Vi os melhores momentos de Flamengo e Botafogo. Jogaço! O Bota foi melhor, mas o Flamengo soube decidir. Claro que há polêmica por causa daquele último lance do Dodô, que não estava impedido, mas o campeonato não se decidiu ali. Quando abriu 2 a 1, o Botafogo não soube matar o jogo e pagou caro por isso.
Em Porto Alegre, o Grêmio sobrou contra o Juventude. Diego Souza está jogando o fino da bola. Combustível para o eletrizante duelo de quarta-feira pela Libertadores.
Em Belo Horizonte, o Cruzeiro fez meio milagre e isso não bastava. A festa é do Galo, forte e vingador como sempre deveria ser. Mas a Raposa pode encontrar seu caminho com base na garotada campeã da Copa São Paulo. Desde que se livre de alguns pseudo-craques.
No Paraná, o Paranavaí, ou ACP, desbancou todos os grandes (não perdeu para nenhum) e tirou o título do Paraná Clube, o que torna, em termos psicológicos, virtualmente impossível a virada do time de Zetti sobre o Libertad, pela Libertadores.



BRASILEIRÃO

Vem aí o Brasileirão e acho que mais equilibrado do que nunca. Para mim, sem favoritos, por questões técnicas e circunstanciais. O São Paulo, pelo ótimo elenco que tem, pode ser destacado como grande força, mas isso não bastou no estadual e o time depende do que acontecerá na Libertadores. Nunca houve tanto equilíbrio, a distância entre times bons e ruins é cada vez menor. Farei um breve comentário sobre cada participante para que os amigos me ajudem no debate.

SÃO PAULO - Depende da Libertadores para saber que força colocará no início de Brasileiro. Tem elenco para ser campeão, embora precise de ajustes dentro de campo. Dagoberto é a grande novidade.

INTER - Incógnita total. A Era Abel Braga chegou ao fim vitoriosa, mas o futuro dependerá de paciência e acertos. A defesa precisa ser acertada, e o técnico Gallo é apenas uma aposta, longe de ser certeza.

SANTOS - O campeão paulista precisa reforçar defesa e ataque. Também precisa resolver se Zé Roberto vai ou fica. Ele é o diferencial. Kléber também é fundamental. Se saírem os dois...

GRÊMIO - Cada vez mais competitivo, o Tricolor gaúcho, assim como o Paulista, frita o peixe na Libertadores e olha o gato no Brasileiro. O sucesso ou fracasso de um depende do outro.

PARANÁ - Situação difícil. O time não se encontrou, é mais fraco que o de 2006 e o fracasso iminente na Libertadores pode ter consequências sérias.

VASCO - Pelo que mostrou no Carioca, qualquer coisa acima de uma campanha modesta será surpresa.

FIGUEIRENSE - Busca um salto de qualidade, que sempre esbarra em limitações financeiras para compor o elenco. Dependerá de uma boa arrancada.

GOIÁS - Vale o mesmo raciocínio que aplicado ao Figueira. A perda do título estadual pode gerar turbulências.

CORINTHIANS - A amostra do estadual faz prever um desastre. De início, entra para sobreviver, mas tem um histórico de viradas surpreendentes.

CRUZEIRO - Tem sido uma grande promessa e sempre um grande fiasco. Resta saber qual será a aposta da vez dos donos do time, os Perrela.

FLAMENGO - Mais um caso de performance atrelada ao que ocorrer na Libertadores. O problema do Flamengo tem sido, em alguns casos, querer dar o passo maior que a perna. Se for coerente com a realidade, tem boas chances.

BOTAFOGO - Se encontrar a regularidade que tanto busca, é candidato à ponta da tabela. Acho a zaga insegura. O que ocorrer na Copa do Brasil terá reflexos positivos ou negativos.

ATLÉTICO-PR - A melhor chance no ano é a Copa do Brasil. Forte em casa e fraco fora, tem se destacado nos mata-matas.

JUVENTUDE - Começou bem o ano, mas a perda do título gaúcho nas circunstâncias em que ocorreu evidenciou a fragilidade do time na hora do algo mais.

FLUMINENSE - Assim como o Corinthians, a amostra inicial faz prever o pior. Tem tempo para se reorganizar, mas sempre parece utilizar mal o tempo.

PALMEIRAS - O início de ano mostrou um time com vontade de melhorar, mas faltam ajustes fundamentais. Não houve ganho de qualidade desde a eliminação no Paulista. Está mais para coadjuvante.

NÁUTICO - A Copa do Brasil também é a grande aposta. Elenco limitado para encarar um Brasileiro em pontos corridos.

SPORT - O trabalho foi interrompido com a saída de Gallo e será reiniciado agora. Problema ta mbém é montar um elenco forte.

ATLÉTICO-MG - Olho no Galo!!!! Tem uma boa base de garotos e se mantiver Levir Culpi pode ser uma agradável surpresa.

AMÉRICA-RN - Trocou de técnico às vésperas da estréia e se não se virar muito bem nos jogos em casa, terá sérias dificuldades para permanecer.

quarta-feira, maio 02, 2007


KAKÁ É O DONO DO MUNDO

Pelo que tenho visto de futebol, aqui e acolá, já não tenho dúvidas. Atualmente, no planeta bola, ninguém está tratando a redonda com mais propriedade que Kaká, do Milan. Ainda que não tenha a habilidade e a exuberância de Ronaldinho Gaúcho, mas Kaká é mais técnico, toca mais de primeira, é mais objetivo e taticamente é mais completo.
Kaká é o craque dos tempos atuais do futebol. Alto, forte, competitivo, tático. Mas com muita técnica. Se continuar assim, é favorito ao título de craque do ano pela Fifa.
Concordam?