quarta-feira, fevereiro 28, 2007


GANHAMOS DO HAITI!!!!!!


É isso aí que você leu. Com nossos quase 200 milhões de habitantes, 8 milhões de quilômetros quadrados, a Petrobras, a Vale e tudo mais, só crescemos 2,9% e gloriosamente derrotamos o Haiti, essa potência mundial.
E o presidente já articula um terceiro mandato. Desse jeito não chegaremos ao apocalipse pelo aquecimento global. A gente acaba antes.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007


LEÃO É CHATO. E DAÍ?

O assunto da vez no futebol chama-se Emerson Leão. Vira e mexe tem alguma confusão envolvendo o - bom, eu acho - treinador do Corinthians. Para mim, Leão é chato. Sempre pronto para responder atravessado, pega no pé de quem acha que deve pegar, enche o saco dos juízes o tempo inteiro. Mas trabalho como analista de futebol, de esportes, não de personalidades. Não sou psicólogo, nem psiquiatra, então, trato de estudar o trabalho de Leão como treinador de futebol, não seu comportamento.
Por isso, acho que algumas coisas estão sendo interpretadas de maneira equivocada. Claro que é um devaneio de Leão achar que alguém possa estar tramando um complô para derubá-lo, talvez faça parte de um ego que precise ser alimentado regularmente. Mas que há exageros do lado de cá do front, - já que está com cara de batalha -, o da mídia, isso há.
Questões pessoais e diferenças individuais estão sendo discutidas durante horário em que o que deveria trafegar pelas ondas, cabos e satélites era apenas informação e opinião. Se figura A não gosta de Leão, que odeia figura B e o chama para a briga, que eles se resolvam entre eles. O que eu quero saber como analista é por que Leão largou bem e depois perdeu fôlego como técnico do Palmeiras e do Corinthians? E por que, em vez de falar dos muitos erros do time, Leão insiste em bater boca com repórteres e reclamar da arbitragem?
O treinador do Corinthians duvida de qualquer profissional que faça uma pergunta e traga uma informação. Recentemente, quebrou a cara e pagou um tremendo mico. O repórter Luís Augusto Simon, do Agora SP, perguntou a ele o que achava de o Rosinei ter dito que não queria jogar na lateral, que o lugar dele era no meio. Leão duvidou, questionou o jogador que, como quase todos fazem, pipocou. Mas ficou vendido ao ouvir a gravação da declaração do jogador, cuidadosa e profissionalmente preservada pelo repórter.
Em vez de procurar fantasmas e inimigos, Leão deveria trabalhar mais em termos de qualidade. É isso e ponto final. O resto é material para revista de fofoca e manuais de boa educação, já que até isso andou faltando nos últimos atos dessa ópera-bufa.

TRÊS TIMES E NENHUM SEGREDO

Por que São Paulo, Santos e Grêmio começaram tão bem a temporada? Existem centenas de motivos e explicações. O mais simples deles talvez explique o sucesso. Nesses três times, cada um sabe muito bem o que tem de fazer e o faz com profissionalismo e competência. Da diretoria até o departamento médico. No São Paulo, zagueiro não precisa quebrar o galho de atacante, lateral sabe que pode atacar porque terá cobertura e os jogadores de meio-campo jogam como isso mesmo, jogadores de meio-campo, não como zagueiros disfarçados. O Santos vai a campo com oito reservas e taticamente joga como se todos os titulares estivessem em campo. O Grêmio faz do simples e objetivo sua grande arma, com um treinador que fala bem e pouco e sabe o que um time precisa fazer para ser competitivo, sem arroubos de estrategista. Nos três casos, técnico não quer dar uma de presidente do clube, diretor é diretor, médico é médico e tudo caminha como deve ser: simples e eficiente.

SAUDADES DO BOM BASQUETE

Vejo na Globo News um excelente programa relembrando grandes momentos brasileiros em Jogos Pan-americanos. Em especial aqueles que estão entre os maiores, ao lado de João do Pulo em 1975: as medalhas de ouro do basquete masculino em 1987 e do feminino em 1991. Depoimentos de arrepiar, pela sinceridade e paixão de gênios como Oscar, Marcel, Paula, Horência, Ary Vidal e Maria Helena Cardoso. Eram bons os tempos em que ainda se jogava basquete de verdade no Brasil.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

AS MIL E UMA CARAS
DA CRISE NO FUTEBOL



Crise e futebol brasileiro nasceram um para o outro. A cada dia essa palavra aparece em destaque nos noticiários futebolísticos. Nos quatro cantos do Brasil a crise parece onipresente. Derruba treinadores, dirigentes, desemprega jogadores e funcionários.
Tem crise que surge do nada, ganha força e provoca um tremendo estrago. É aquela que costuma pintar quando um time vence uma partida e a estrela reclama ao ser substituída, desabafa ao primeiro microfone que encontra e está materializada a dita cuja.
Há aquelas silenciosas, tramadas em noites de insônia de quartos de concentração ou em jantares promíscuos de dirigentes amadores. Quando, enfim, chegam à tona, costumam causar mais estragos que as crises de ocasião.
Mas o que anda fazendo um baita sucesso é a tal crise financeira. Palmeiras, Corinthians, Botafogo, Fluminense, Santos, Flamengo, para citar os casos mais conhecidos, todos convivem com alguns problemas de caixa.
É paradoxal que clubes de futebol populares, que arrecadam fortunas, como mostrou uma reportagem da Folha de S.Paulo nesta semana, tenham problemas financeiros - graves. Ao que consta, a maioria recebe em dia gordas cotas de patrocínio, de TV e ainda conta com o ingresso do dinheiro das bilheterias, de placas de publicidade. Pelo que arrecadam, o que é mais do que muitas grandes empresas do País, não deveriam estar como estão.
Exercitando um pouco a razão, parece fácil entender por que algumas contas não fecham. Vejamos o caso do Santos. São mais de 20 - isso mesmo, você leu direito -, mais de 20 pessoas na comissão técnica! Some-se a isso o fato de que Zé Roberto, Kléber, Maldonado, Fábio Costa e o técnico Wanderley Luxemburgo têm um peso de mais de milhão na folha de pagamento. Como o time ainda não fechou contrato com um novo patrocinador de camisa, algum dinheiro deixou de entrar. A grana do Robinho parece ter acabado. E isso porque o Santos arrecadou cerca de R$ 150 milhões em seu último exercício fiscal. Ou R$ 12,5 milhões por mês. Que o futebol custe a metade, o que para padrões brasileiros já seria um assombro, o Santos deveria ter, numa conta de guardanapo, sem sofisticação alguma, uns R$ 60 milhões em caixa. Não tem. E corta salários de lendas do clube que trabalham para o mesmo, como Zito, para conter custos.
O Flamengo é um caso especial. Poderia, como o Corinthians, ser um Barcelona, uma instituição brasileira que não dependesse nem de patrocínio e vivesse apenas da arrecadação de uns milhões de sócios pelo País. Mas luta contra a insolvência e dívidas monumentais. E, como sempre, se ouve falar de altos salários, exceção feita há uma temporada, a passada, de ajuste financeiro - em princípio - muito sério.
O Corinthians, isso para mim é fato, arrendou seu futebol para salvar a pele de uma administração endividada até o último fio de cabelo. O arrendatário foi embora e o clube continua procurando alguém para saldar uma dívida. Uai, ela não tinha sido paga? Como surgiu uma nova em tão pouco tempo? E para o Corinthians vale o mesmo raciocínio do Flamengo. Um pingo de competência e seriedade e talvez nem de patrocinador o time precisasse.
Caso muito, mas muito estranho é o do Palmeiras. Há um par de anos era o time com o maior patrimônio líquido do futebol brasileiro. Hoje está se afundando em dívidas e empréstimos e até jogador está para perder por falta de pagamento. O patrimônio, pelo que sei, segue lá. Dois clubes, um social e um de campo, um estádio antigo e em péssimo estado de conservação, mas em área nobre, assim como o bem frequentado clube social. Dois CTs e um grande número de imóveis em volta de sua sede social e de seu estádio. E ainda assim, está com uma grande dívida e carrega nas costas um inútil time B, que só aumenta sua despesa.
O Botafogo navega em águas turbulentas, tentando se recuperar, sem ter patrimônio a que recorrer, a não ser a grandeza de seu passado, de seu presidente e de sua torcida.
Parece-me claro que uma conta básica nesse caso não fecha nunca. Como pagar R$ 200 mil, R$ 500 mil de salário para um jogador de futebol no Brasil? E existem alguns casos assim. Se pagam e arrecadam dezenas ou até mais de uma centena de milhões de reais por ano, porque quase nunca estão bem financeiramente?
Não que isso seja absolutamente necessário. É muito melhor um time campeão com pouco dinheiro em caixa do que um time em oitavo com boa poupança. O lucro do futebol é o título, a história, a hierarquia.
Sobram alguns exemplos de recuperação e boa gerência, como Inter, São Paulo. Ambos já andaram muito mal das pernas, mas encontraram seus caminhos com boas idéias, bom marketing e bons times. Podem não estar nadando em dinheiro, mas seus jogadores sabem que podem contar com o dinheiro caindo na conta no dia certo. Talvez isso explique muito do sucesso dos dois últimos campeões da América.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O CARNAVAL
TEM PRAZO
DE VALIDADE?

Às vésperas dos 40, essa pergunta é a que fica, vendo os dias de folia e comparando-os, inevitavelmente, com o que eu vivi há 20, 25 anos.
Será que o Carnaval, assim como alguns técnicos de futebol, também tem prazo de validade? Chega uma certa idade da vida que ele fica pelo caminho, lembrança dos tempos de molecada?
Bom, pra mim, pelo menos, ficou.
Nunca fui um grande carnavalesco, embora tenha participado de blocos, desfilado e tocado percussão no Carnaval de rua de Bariri, interior de São Paulo. Tínhamos uma turma maravilhosa e um bloco, o Ghererê, que foi tetracampeão do Carnaval. Mas, acreditem se quiserem, eu passava as quatro noites tomando refirgerante, sem encher a lata, e nunca cheirei nem lança perfume. Eu me divertia, assim como tempos depois, no Carnaval de Indaiatuba, também muito bom e alegre.
Hoje lembro com alegria disso tudo, mas vejo com tristeza no que se transformou o Carnaval. Muita confusão, histórias de brigas, arrastões, bebedeiras, drogas. Vejo a brincadeira em Salvador e me pergunto como pode alguém suportar aquilo? Deve ser legal pra quem aguenta, mas eu hoje preciso de paz e espaço. Agora, Cláudia Leite e Ivete Sangalo disputando pra saber qual é a mais gostosa é muito pra minha cabeça. Será que elas precisam disso?
O Carnaval de rua, o de avenida, virou um desfile de celebridades (ou algumas que se acham mas não são) cada vez menos vestidas. Fala-se demais de camarotes e de menos do samba. Que, alías, anda cada vez pior, ao ponto de se repetirem enredos de antigamente para tentar sacudir a avenida. Alguém, ainda hoje, sabe de cor e salteado um samba de enredo dos últimos dois, três anos. Eu me lembro que há uns bons anos, lá por novembro já se cantava os sambas, que eram muito bons.
Sei lá, deve ser coisa de velho, mas não jogo a toalha. Tem gente como Paulinho da Viola que ainda pode resgatar o samba melódico, harmônico.
Mas o Carnaval tem lá suas utilidades atualmente. Descanso, família, e uma constatação: vendo jogos da Liga dos Campeões e do Campeonato Inglês, atualmente o mais badalado do mundo, eu cada vez mais fico ciente que, apesar dos problemas, a nossa bola ainda é muito mais atraente. É bem melhor ver um bom jogo no Brasil do que essas babas européias.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

GUERRA CIVIL

Se alguém um dia já passou pela Rua Itapiru, no Rio Comprido, na Cidade Maravilhosa, sabe do que estou falando. Estamos no meio de uma Guerra Civil, tal qual Líbano, Iraque e os abandonados países africanos. A diferença é que a imensa maioria do nosso povo vive numa pobreza africana, numa ignorância haitiana, mas nossos governantes e legisladores, com seus supersalários, pensam que estão na Suíça. Querem aplicar teorias e análises de Europa do Norte a um país carcomido pela falta de educação, pela falta de decência.
Desde a permissiva e anacrônica Constituição capitaneada por Ulysses Guimarães, estamos nesse caminho de que aqui tudo pode desde que seja errado, pra tudo tem perdão.
E tome eleição de Collor, Maluf, Clodovil e essa Manuela musa do Congresso, um poço de anacronismo e atraso. Fora isso, de musa não tem nada.
E o Mercadante quer que as pessoas tenham cabeça fria quando você sai pra buscar um filho na escola, na casa de um amigo e leva pra casa um pedaço de carne sem vida.
Cada vez mais acho que isso aqui nunca vai dar certo.
Desculpem o desabafo.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007


A SELEÇÃO À DERIVA



Triste momento o da Seleção Brasileira de futebol. Esse símbolo de uma arte cinco vezes consagrada mundialmente, uma marca internacional, hoje é utilizado como apenas um negócio, uma turnê internacional para arrecadação de rios de dinheiro sem outra finalidade específica.
Se alguém por aí sabe me dizer o que pretendem Dunga e a CBF com a atual Seleção, por favor, me diga. Não vejo respostas para várias perguntas:

1) O que está em andamento é uma renovação?
2) Por que não se sabe qual será e quem vai treinar a Seleção Olímpica quando temos um ano e meio para os Jogos de Pequim?
3) Dunga já apresentou um projeto, um plano de trabalho, o que pretende fazer como técnico?
4) Ronaldinho Gaúcho está no banco por birra do treinador ou porque alguém mandou Dunga deixá-lo sentadinho para pagar um castigo?
5) A quatro meses da Copa América, quem sabe qual time será o representante brasileiro?
6) O que leva um técnico a convocar o Helton para o gol quando se tem Dida, Ceni, Marcos, Júlio César?
7) Mineiro sumiu das listas da Seleção por quê?
8) Kléber e Zé Roberto, do Santos, não são convocados por quê?
9) Por que jogadores são convocados e nunca entram em campo?
10) Porque jogadores são convocados, não jogam, são vendidos e depois jamais voltam a ser convocados?

Aguardo respostas.

ZÉ ROBERTO É O CARA

Para alguns, ele é bom jogador, mas não acontece nada quando toca na bola. Discordo. Zé Roberto é hoje o melhor jogador em atividade no Brasil. O que faz do Santos o time que joga o futebol mais bonito, seguido de perto pelo São Paulo. Isso porque o Inter campeão do mundo está em recesso, sendo representado pelo fraquinho time B.
Zé Roberto pra mim é craque porque faz de tudo um pouco. Arma, combate, organiza, faz gols. Pode não ser maravilhoso em nenhum desses pontos, mas é bem acima da média.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O CÓDIGO (DA FALTA DE)
ÉTICA DOS BOLEIROS

Você certamente já ouviu falar de um tal código de ética dos jogadores de futebol, dos boleiros. Um código que não está escrito, mas é sempre citado por alguns como uma linha de conduta em algumas situações, uma maneira de se comportar em determinados momentos de um jogo. Ele sempre é lembrado por algum atleta quando seu time entra na roda ou algum jogador leva um drible humilhante e, então, tendo como base esse tal código, alguma canela, algum joelho entra na mira de uma chuteira maldosa.
Fora isso, o agressor, dedo em riste, vai pra cima do driblador perdigotando ameaças e jurando que mais adiante ele será vítima de uma dolorosa vingança.
Confesso que em 20 anos de carreira como jornalista, não ouvi uma única vez um craque de verdade ou um grande jogador, mas grande mesmo, citar esse tal código de ética do boleiro. Só o usa como desculpa algum botinudo de plantão ou alguém que não sabe perder, nem tem controle para suportar uma situação de grande pressão.
Não cabe citar jogador de time A ou B, porque em cada equipe de futebol, seja profissional ou amadora, tem ou teve alguém que, usando o tal código como bandeira, baixou o sarrafo, rasgou uma canela, estourou um joelho. Exemplos estão aí aos montes. São botinudos camuflados sob apelidos ou fama (injusta) de guerreiro, raçudo.
De cabeça quente todo mundo fica quando perde. Na pelada ou na final da Libertadores. Ninguém gosta de ficar na roda de bobinho antes do jogo, imagine cair numa dessas com a bola rolando, estádio cheio, TV pro Brasil todo ao vivo? Mas alguém lembra do Falcão apelando ao levar um drible? O Pelé tomou uma bola no meio das pernas, aplicada por um estreante Leivinha, e parabenizou o garoto. Mauro Galvão apelava?
Pode parecer fácil falar de fora e há argumentos para todos os gostos. Primeiro, o olé, em si, é propriedade da torcida, ela que transforma um toque de bola numa tiração de sarro. Evidente que o delírio da arquibancada pode não levar a lugar algum se não for traduzido em gol. É mais inteligente e objetivo, quando se está ganhando fácil, partir pra cima, aumentar o placar. Pode ser, também, mais humilhante se, va lá, o objetivo de algum jogador é esse.
Mas quem disse que ao apelar, ao meter o pé, se está cumprindo esse obscuro e jamais visto código de ética?
Para argumentar o que penso, tem um exemplo maravilhoso. Final de Campeonato Carioca, anos 90, Vasco e Botafogo, no Maracanã. Edmundo faz uma graça em frente ao zagueiro botafoguense Gonçalves. Dá a já famosa reboladinha e segue a jogada. Gonçalves segue o jogo. No final da história, o Botafogo foi campeão e Gonçalves comandou, do campo, uma reboladinha da torcida do Botafogo que reuniu milhares na arquibancada. Sem dar um pontapé, sem citar o tal código fajuto e sem ferir a verdadeira ética do ser humano.

A VERGONHA DOS GANDULAS

Ultrapassou o limite do ridículo a questão dos gandulas nos estádios brasileiros de futebol. Todos são culpados porque todos os times se valem desse artifício. O gandulas já foram garotos. De uns tempos para cá os clubes, se achando espertos, escalam seguranças ou arruaceiros para fazer a função. Em Ribeirão Preto (SP), um gandula agrediu o goleiro do Botafogo. No Morumbi, gandulas do São Paulo ironizaram e provocaram Leão, técnico do Corinthians. E quando Leão era técnico do Tricolor paulista, sempre as bolas sumiam quando o time da casa estava ganhando. Acontece o mesmo no Palestra Itália, no Pacaembu, no Olímpico, Beira-Rio, São Januário. Isso sem falar nos gandulas que xingam jogadores e até partem para a briga com os mesmos.
Basta tirar o gandula de campo? Claro que não. Por que o time mandante tem o direito de escalar gandula? Porque as federações e confederações não fazem um trabalho social, buscando jovens carentes de suas regiões, dando a eles um treinamento básico, sejam homens ou mulheres, para exercer tal função? Não é preciso que sejam crianças, já que a caolha legislação vigente proíbe, prefere que elas se matem como soldados do tráfico e não as deixa trabalhar em parte do tempo, exigindo que estudem em outra parte. Podem ser jovens de mais de 18 anos que, como milhões, não têm perspectiva. Talvez não acontecessem cenas ridículas como as que temos visto.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

XÔ, INTOLERÂNCIA!!!!!!
VOLTA, MILTON LEITE!!


Leio, chateado e indignado, que meu amigo e parceiro Milton Leite está encerrando, espero que temporariamente, as atividades de seu blog.
Sou leitor assíduo do Milton, que, além de escrever bem, tem sempre idéias astutas e antenadas e gosta de um bom debate, com regras: respeito à opinião alheia.
Não sei ao certo, mas desconfio que o Milton se encheu das agressões baratas e provocações infantis, algo débeis, de alguns blogueiros. Aconteceu o mesmo com Jota Júnior, a exemplo do Milton, um poço de companheirismo, competência e seriedade. Felizmente, Jotinha voltou com seu blog e, acredito, o Milton também o fará.
Infelizmente, algumas pessoas não entendem que a Internet é uma saborosa ferramente de interatividade, que permite que pessoas como nós, que trabalhamos com Comunicação, tenhamos mais tempo de trocar idéias, expor raciocínios, sem estarmos presos à ditadura do tempo e do espaço.
O futebol, um instantâneo da vida, traz em seu bojo a intolerância que aflige esse caótico mundo de hoje, ameaçado pela revolta da natureza - justa - e o iminente fracasso do ser humano como projeto. Como aceitar que alguém agrida, mate, simplesmente porque um semelhante torce por outro time? Será assim tão difícil um gremista conviver em harmonia com um colorado? Um flamenguista aceitar o vascaíno? Eu teimo em ser otimista e procuro pinçar bons exemplos, como aquela comovente iniciativa de formar uma orquestra com meninos judeus e palestinos.
Então, fica meu voto de fé: sejamos mais humanos e tolerantes. E volta, Milton Leite!!!!

CAIO NÃO DEVE CAIR

Perdoem o trocadilho, mas, se o Palmeiras acender o fogo da frigideira para o bom técnico Caio Jr. estará cometendo uma imensa bobagem, que pode custar muito caro num futuro próximo. Lembremos do exemplo de Tite, que foi defenestrado pelo ultrapassado e verborrágico Salvador Palaia. O resultado foi um Palmeiras pendurado na primeira divisão.
Caio Jr. é bom profissional, e o Palmeiras tem um elenco melhor que o de 2006. Claro que há coisas a se acertar. Pierre como zagueiro, por exemplo, é um equívoco evidente, que pode e deve ser corrigido com o retorno de Nen. Talvez não seja para esta temporada, mas em algum tempo o Palmeiras reencontrará seu caminho se deixarem a nova diretoria e o Caio Jr. trabalhar.

O BOM E VELHO LUXA

Podem não gostar dele, achar que é mala (às vezes é mesmo), mas Wanderley Luxemburgo é um tremendo técnico de futebol. Seus times geralmente ganham e convencem, jogando com um característica comum: o meio-campo impecável. O atual do Santos sobra no Brasil. Maldonado, Rodrigo Souto, Cléber Santana e Zé Roberto, com o auxílio precioso de Kléber na lateral-esquerda. A bola rola, feliz, de pé em pé, via posicionamento perfeito, evolução constante. E foi tão simples fazer com que esse meio-campo decolasse. Antes, Maldonado jogava centralizado à frente dos zagueiros, e Cléber Santana precisava ser ora volante, ora meia. Com a entrada de Rodrigo Souto, Maldonado deixou de ficar sobrecarregado e Cléber Santana virou meia de fato. Obra de Luxa, mais uma vez.

LEANDRO É FERA

O que está jogando o Leandro, do São Paulo, não é brincadeira. Contra o São Bento, ele jogou pelo ausente Souza e pelo displicente Lenílson (que fez dois gols sem fazer força). A impressão que dá vendo Leandro em campo é que de tão aplicado, ele jogaria bem em qualquer posição.

AMERIQUINHA E ZEQUINHA

Dois resultados que transpiram nostalgia: a vitória do time master do América sobre o Vasco de Romário e o empate do simpático São José, o Zequinha, com o Caxias, este pelo Gauchão. Sou daqueles que pensam que se, um dia, América e São José não existirem mais, o futebol não será o mesmo. Provavelmente esteja enganado, mas, fazer o quê?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

PAZ

Antes de mais nada, eu não sou contra torcida organizada, uniformizada ou qualquer que seja o nome. Acho que cada um faz o que bem entende, anda com quem quiser, se junta em grupos, torce, grita. Achar que a única culpada pela violência no futebol é esse tipo de torcida é não querer combater o problema a fundo.
Estudei e trabalhei com gente que pertencia a torcidas uniformizadas de dois grandes times de São Paulo. Um deles chegou a ser dirigente de uma delas, que é uma das maiores. Não se metia em briga, não era vândalo, estudava. Apenas curtia ir aos estádios com seus amigos e torcer pelo seu time. O outro não era dirigente, mas participava de caravanas, viajava e, até onde sei, também nunca se meteu em encrenca.
Assim como já vi muita violência em numeradas, em cadeiras cativas e até em saguões de estádios.
Não quero, com isso, eximir de culpa essas torcidas. Tem gente ruim e encrenqueira entre elas, é óbvio. Mas também tem gente que gosta da festa, dos gritos e das cantorias.
O caminho da paz só será feito quando acabar a impunidade e quem arrumar confusão em estádio ou nas proximidades for fichado pela polícia e tiver de prestar serviços à comunidade no dia de jogos de futebol. Duas horas antes, durante e duas horas depois. Se não prestar o serviço, se não aparecer, vai em cana.
Estádios são propriedades particulares na sua maioria. E brigar ou provocar arruaça em propriedade particular é passível de punição. Seja quem for o brigão, uniformizado, almofadinha, corneteiro, cardeal.
Nunca houve vontade política de acabar com as brigas e privilégios nos estádios. Tentou-se por decreto em São Paulo acabar com as torcidas organizadas. Elas continuaram existindo, mudaram de nome e os baderneiros que nela buscam abrigo foram brigar e matar longe dos estádios. Alguns tiraram proveito político disso, mas o problema continuou.
No Rio fala-se em ligação do crime organizado com grupos de torcedores. Investigação até agora, pouco ou quase nada.
Defendo que a punição deva ser aplicada a quem apronta em estádio. Seja uniformizado, organizado ou não. Quem marca briga pela Internet, idem. Quem briga na rua, também. E que os clubes, quando forem punidos por badernas de torcedores, processem os torcedores, impeçam-nos de frequentar os estádios e cobrem deles, na Justiça, o ressarcimento dos prejuízos.
Com essas medidas, acredito que haverá uma moralização e, aos poucos, as torcidas organizadas que quiserem apenas torcer, serão conhecidas e facilmente identificadas. Aí, quem sabe, voltaremos a ter apenas festas (e as torcidas ditas organizadas fazem belas festas quando querem).
Um bom exemplo foi dado entre torcedores do Noroeste e do São Paulo, em Bauru. Nenhuma confusão num estádio superlotado.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

FIQUE DE OLHO NO APITO.
PROFISSIONALISMO! E JÁ!


Adorava a musiquinha que tinha esse verso, de alguma rádio paulistana. Gostava do ritmo e da melodia. Aliás, sou fã de vinhetas de rádio. Mas não é esse o tema de hoje. Como prega a simpática musiquinha, já passou da hora de ficarmos de olho no apito.
O futebol brasileiro anda cada vez mais competitivo, tenso, equilibrado. Infelizmente, a violência acaba sendo a válvula de escape de alguns marginais infiltrados entre os torcedores legítimos, e cenas lamentáveis acabam ocorrendo. Então, arbitragem é coisa para ser levada muito mais a sério do que vemos atualmente no Brasil.
Erros acontecem e sempre acontecerão. O que eu acho inadmissível é agir de má-fé ou abusar da autoridade.
No jogo entre Corinthians e São Caetano, a arbitragem de Octávio Corrêa da Silva foi um desastre. Por omissão e abuso de autoridade. Ele se omitiu ao não dar cartões em muitas jogadas violentas e agressões de ambas as partes. Errou ao não parar uma jogada quando havia duas bolas em campo e, depois, ao parar, puniu o jogador do Corinthians que chutou a bola para longe. Nada de errado em punir o ato intempestivo, mas, naquele momento, como o erro era dele, o árbitro não precisaria exercer sua autoridade de maneira desmedida, penso eu. Depois, ele demorou para mostrar o segundo cartão amarelo para Roger, do Corinthians, que estava descontrolado e batendo muito. Assim como errou ao não mostrar cartão amarelo e até o vermelho para o zagueiro Maurício, do São Caetano. Enfim, omisso ao deixar que a violência imperasse e autoritário por abusar do direito de comandar o jogo.
No Campeonato Carioca, a partida entre Cabofriense e Botafogo, perdoem a piadinha, pegou fogo. O lance da polêmica, o gol da Cabofriense, é nitroglicerina pura. E o árbitro Fábio Calabria está sendo acusado de sacar uma arma para se defender de um torcedor. Ele é agente da Polícia Federal. Aliás, o que tem de policial, civil, militar, federal envolvido com arbitragem seja a ser intrigante.
Continuo defendendo a bandeira da profissionalização da arbitragem. O futebol cobra, exige profissionalismo a cada dia, e precisa que a arbitragem ande no mesmo ritmo. Alguns árbitros de primeira linha ganham muito bem, em especial nos jogos internacionais. Mas há casos que configuram amadorismo. Os árbitros no Brasil, em jogos da Série A, precisam cuidar eles mesmos de procurar e pagar os hotéis quando viajam, usando a verba que recebem como cachê por trabalhar em determinada partida. Recebem dos mandantes dos jogos um percentual da renda. Muitos ainda não receberam dinheiro referente a jogos de 2005 e têm receio de cobrar por temerem represálias.
Não dá para o sujeito ser policial, advogado, corretor de seguros e ser, também, árbitro de um jogo de futebol profissional. Tudo tem seu custo, mas federações ricas e a CBF têm dinheiro suficiente para profissionalizar a arbitragem. Não que isso vá acabar com os erros, mas pode disciplinar e organizar a função, além de dignificar a carreira e proteger de picaretas quem resolveu abraçá-la. Injusto, eu acho, é que todos no futebol sejam profissionais, menos quem tem o poder de tomar decisões num jogo que envolve fortunas e as paixões de milhões.